'Geração dourada' da Bélgica sua para arrancar virada contra a Argélia
A Bélgica chegou ao Brasil como grande candidata a surpresa desta Copa do Mundo. Mas precisou suar muito para sair da estreia com uma vitória. A forte retranca da Argélia complicou muito a vida dos europeus, mas no fim prevaleceu o talento de sua 'geração de ouro' em uma vitória de virada por 2 a 1, nesta terça-feira, no Mineirão.
O triunfo veio, mas a imagem que fica é de uma seleção que apresentou bem menos que que prometia antes do Mundial – e diante de um adversário sem grande qualidade técnica. A chance de mudar esta primeira impressão será no próximo domingo, contra a Rússia, no Maracanã. A Argélia enfrenta a Coreia do Sul, em Porto Alegre, e mostra que deve incomodar os demais rivais na briga por uma vaga nas oitavas de final.
As fases do jogo:
A partida desta terça poderia ter sido disputada em apenas metade do campo. Foi ataque contra defesa o tempo inteiro, com os belgas pressionando e parando na forte retranca argelina. O gol parecia questão de tempo. Mas tudo deu errado para os europeus no primeiro tempo. Em um dos poucos contra-golpes dos africanos, Feghouli foi derrubado na área. Ele mesmo converteu o pênalti e colocou a Argélia em vantagem.
As mudanças promovidas pelo técnico belga empurraram ainda mais a equipe para o campo de ataque na etapa final. A Argélia tentou se segurar como pôde. Mas valeu a insistência belga. Fellaini e Mertens, que entraram no segundo tempo, aproveitaram os poucos espaços da defesa adversária e tiraram a Bélgica do sufoco.
O melhor : Fellaini – Sua entrada mudou a partida. Além de oportunismo no gol de cabeça que empatou o jogo, ajudou a desconstruir o 'ferrolho' argelino caindo pelas pontas.
O pior : Lukaku – Muito se esperava do atacante do Chelsea em sua estreia na Copa, mas ele decepcionou. Foi presa fácil da retranca argelina e não criou sequer uma chance de gol. Acabou substituído no intervalo.
A chave do jogo : retranca africana - Os argelinos 'estacionaram o ônibus' na frente de sua área. Implementaram uma forte retranca, com os 11 jogadores em seu campo de defesa e praticamente sem dar espaços. O 'ferrolho' fez os belgas sofrerem muito mais que o esperado em sua estreia na Copa.
Toque dos técnicos : Marc Wilmots mostrou estrela com suas alterações no segundo tempo. As duas apostas do treinador, Fellaini e Mertens, balançaram as redes e garantiram a virada da Bélgica.
Para lembrar:
Argélia joga em casa. Um grande contingente de torcedores do país invadiu Belo Horizonte e foi maioria no Mineirão. A torcida ainda ganhou o reforço dos brasileiros, que adotaram o país africano e vaiaram as tentativas de ataque belga.
Paletó, por favor. Foi o pedido inusitado do quarto árbitro para o técnico da Bélgica, Marc Wilmots. Tudo porque sua camisa branca poderia ser confundida com o uniforme dos jogadores da Argélia.
Ficha Técnica / BÉLGICA 2 X 1 ARGÉLIA
Data : 17/06/2014 - 13h (de Brasília) / Local : Mineirão (Belo Horizonte)
Árbitro : Marco Rodriguez (MEX)
Auxiliares : Marvin Torrentera e Marcos Quintero (MEX)
Cartões amarelos : Vertonghen (Bélgica) e Bentaleb (Argélia)
Gols : Feghouli, aos 23 min do 1º tempo; Fellaini, aos 24 min e Mertens aos 34 min do 2º tempo
Bélgica : Courtois; Alderweireld, Kompany, Van Buyten eVertonghen; Witsel, Dembele (Fellaini), De Bruyne, Hazard e Chadli (Mertens); Lukaku (Origi). Técnico : Marc Wilmots
Argélia : Mbolhi; Mostefa, Bougherra, Halliche eGhoulam; Feghouli, Medjani, Taider e Bentaleb e Mahrez; Soudani (Slimani).Técnico : Vahid Halilhodzic
Seleção para em goleiro mexicano e empate decepciona torcida cearense
O Brasil só havia, até esta terça-feira, disputado partidas de Copa em casa no chamado "eixo Rio-SP". Até que finalmente o Nordeste, mais especificamente Fortaleza, teve a chance de assistir in loco um jogo de Copa com a seleção em campo. Só que os cearenses no estádio viram uma atuação fantástica de Ochoa, o goleiro mexicano, e não do Brasil. Para decepção dos nordestinos, a seleção brasileira ficou no 0 a 0 contra o México, na segunda rodada do Grupo A.
O Brasil segue na liderança mesmo assim, com o México atrás no saldo de gols - ambos com quatro pontos. E isso graças a Guillermo Ochoa. Foram, no mínimo, três defesas espetaculares do cabeludo arqueiro, parando chutes e cabeçadas a queima roupa de Neymar. O Brasil apostou em pressionar, "abafar" os rivais, mas nada abalou o goleiro. Para felicidade da grande torcida mexicana no estádio, a primeira decepção brasileira em sua segunda Copa em casa ocorreu.
Fases do jogo:
Dos quatro tempos jogados pela seleção brasileira até aqui no Mundial, nenhum foi tão ruim quanto o primeiro desta terça. Sem Hulk, lesionado, Luiz Felipe Scolari apostou em Ramires para substituir o ponta direita e ninguém poderia pensar o quão errado isso daria. Neymar, muito mais do que quanto a Croácia, teve que se movimentar por todas as parte do ataque. Toda e qualquer chance brasileira surgia de seus pés - Oscar, que foi bem na estreia, esteve sumido como nos amistosos de preparação.
Na segunda etapa, a tática escolhida foi a de "abafa". Com Fred ainda pior do que quanto a Croácia, entrou Jô. Bernard foi a aposta para substituir Ramires. Mas continuou sendo Neymar o único que criava, às vezes com ajuda de Marcelo pela esquerda. Só que a pressão brasileira também deu espaço aos mexicanos, que começaram a arriscar chutes de fora da área e sempre com perigo. Com Ochoa garantindo as defesas atrás, o Brasil não soube como conseguir o triunfo, nem apostando em cruzamentos, nem em chutes de fora da área. Nada funcionou. Decepção para a torcida que esperava, no mínimo, uma atuação como a do 2° tempo da estreia.
O melhor : Ochoa - O goleiro mexicano mostrou por que foi a opção de Miguel Herrera na briga por vaga no gol (até a estreia, ninguém sabia quem jogaria, se ele ou Corona). A defesa em cabeçada de Neymar, aos 23 min; do 1° tempo, é uma das mais belas da Copa até aqui. Pouco depois, usou o peito para parar chute à queima-roupa de Paulinho. Com o peito, de novo, pegou chute de esquerda de Neymar. Não à toa, foi eleito pela Fifa o melhor da partida.
O pior : Ramires - O volante... Ou meia? Atacante, talvez? Exatamente esse foi o problema do substituto de Hulk na partida - ele ficou sem posição. Houve momentos em que ele apareceu como um segundo atacante. Outros em que cobria as subidas dos laterais (tomou cartão amarelo assim, por exemplo). E também oportunidades em que ajudava Paulinho e Luiz Gustavo a desarmar o meio mexicano. Foi mal nas três posições e acabou substituído no intervalo.
Toque dos técnicos : Felipão enxergou após 45 minutos que escalar Ramires não foi a melhor opção e colocou Bernard em seu lugar no intervalo. Em dois minutos, o jovem de 21 anos já havia criado uma grande chance para o Brasil, em cruzamento cortado pela zaga antes que Neymar pudesse marcasse de cabeça. Nem assim o Brasil saiu do zero no placar, mas surge uma nova opção para o caso de necessidade de ataque em velocidade pelas pontas.
Chave do jogo : A defesa mexicana esteve muito bem postada por todo o jogo. Claro, Ochoa segurou o ataque brasileiro, mas Rafa Márquez e Rodriguez salvaram ótimos ataques brasileiros por baixo e pelo alto. O México não precisou abdicar do ataque pela aposta defensiva de Miguel Herrera mas, se quisesse, ficou provado que teria funcionado.
Para lembrar :
A torcida mexicana se fez presente no Castelão. Por diversas vezes, enquanto o Brasil tocava a bola, era vaiado: pelos torcedores rivais. Além disso, o carisma: até "Seu Barriga" do seriado Chaves estava lá para dar o tom alegre das arquibancadas.
Daniel Alves novamente foi mal na lateral direita. Layún soube criar bons ataques para o México jogando naquela região. Peralta (e depois Chicharito), é que não souberam aproveitar os cruzamentos do meia.
Será que Felipão apelou para a superstição ? No primeiro tempo, o técnico da seleção ficou todo o jogo sem agasalho. Na segunda etapa, apesar do calor de 28°C em Fortaleza, se vestiu com a mesma blusa usada no Itaquerão, na estreia. Com a atuação abaixo da média do time, entende-se a tentativa.
O Brasil repete 1950 : empatou a segunda partida do Mundial em casa. Naquela ocasião, jogando no Pacaembu, ficou no 2 a 2 com a Suíça.
Ficha Ténica / BRASIL 0 X 0 MÉXICO
Data : 17 de junho de 2014 / Horário : 16h00 (de Brasília)
Local : Castelão, em Fortaleza (CE)
Árbitro : Cuneyt Cakir (TUR)
Assistentes : Bahattin Duran (TUR) e Tarik Ongun (TUR)
Cartões amarelos : Ramires, aos 44 min. do 1°t, Thiago Silva, aos 33 min. do 2°t (BRA); Aguilar, aos 13 min., Vásquez, aos 16 min. do 2°t (MEX)
Brasil : Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho, Luiz Gustavo, Ramires (Bernard, no intervalo) e Oscar (Willian, aos 37 min. do 2°t); Neymar e Fred (Jô, aos 24 min. do 2°t) / Técnico: Luiz Felipe Scolari
México : Ochoa; Aguilar, Rodriguez, Rafa Márquez e Moreno; Vásquez, Layún, Herrera (Fabián, aos 31 min. do 2°t) e Guardado; Giovani dos Santos (Jiménez, aos 37 min. do 2°t) e Peralta (Chicharito Hernandez, aos 27 min. do 2°t) / Técnico: Miguel Herrera
Com frango incrível, Coreia do Sul e Rússia fazem jogo morno e só empatam
Em um jogo que esquentou apenas nos minutos finais, Coreia do Sul e Rússia empataram em 1 a 1 em Cuiabá. O principal lance foi uma falha incrível do goleiro Igor Akinfeev, que tentou fazer uma defesa com mão mole e deixou entrar no gol um chute sem maiores pretensões da Coreia. Foi um grande frango, mas a Rússia conseguiu empatar logo depois.
A partida foi truncada e jogada principalmente no meio de campo. Os dois times criaram poucas chances e foram algumas vezes vaiadas pela torcida que compareceu à Arena Pantanal, a maioria brasileiros. O empate mantém a Bélgica, que vencera a Argélia mais cedo, líder do grupo H.
Fases do jogo:
A principal arma da Coreia era o entrosamento entre seus homens de frente, Park e Son. Os dois começaram o jogo tabelando na intermediária russa e, de seus pés, saíram os lances mais agudos no primeiro tempo. No lado europeu, a pouca capacidade ofensiva foi evidenciada pelas únicas alternativas de ataque que o time apresentou: lançamentos longos e cruzamentos na área.
Os asiáticos voltaram ao segundo tempo ensaiando uma pressão e passaram a arriscar mais de fora da área. A Rússia conseguiu o empate minutos depois de sair atrás no placar, e os 15 minutos finais tiveram ares de drama, com as duas equipes buscando a vitória até o fim.
O melhor : Son. O atacante de 21 anos já foi apelidado de "Neymar coreano" por causa de sua habilidade com a bola nos pés. Peça central do Bayer Leverkusen, o atacante teve boa atuação contra a Rússia, mas pecou nas finalizações.
O pior :Akinfeev. Antes do frango, o goleiro russo já vinha se mostrando bastante inseguro e chegou a bater roupa três vezes em bolas relativamente fáceis. Na quarta, a bola puniu.
Chave do jogo :o banco. Depois de um primeiro tempo morno, os dois times fizeram várias alterações, e dois homens que vieram do banco fizeram os gols Lee Ho e Kerzhakov.
Toque dos técnicos :O italiano Fabio Capello, um especialista em montar retrancas, parece que continua o mesmo: sua principal preocupação era deter as investidas rivais. Depois que a Coreia fez o primeiro, ele precisou mudar de estratégia e fazer seu time ir ao ataque.
Para lembrar:
O choro do goleiro. Depois do frango, Akinfeev começou a chorar em campo e foi consolado pelos companheiros. Mas o maior consolo foi o gol de empate russo, que saiu minutos depois.
Apito final! Não, pera... O jogo estava tão chato que ainda aos 44min, o narrador da TV Globo Luís Roberto anunciou o apito para o fim do primeiro tempo. Mas o juiz estava apenas autorizando uma cobrança de lateral. Constrangido, o narrador se corrigiu: "Opa, na verdade teremos mais um minuto de acréscimo."
Coreia "brucutu". A seleção coreana não cumpre o velho estereótipo de jogadores baixos, rápidos e inocentes. Com atletas de boa estatura, seu jogo também se vale da força física e da marcação. Algumas vezes, o time foi desleal, como em uma entrada dura de Ki, que lhe valeu um cartão amarelo no primeiro tempo.
Ficha Técnica / RÚSSIA 1 X 1 COREIA DO SUL
Data : 17/06/2014 - 19h / Local : Arena Pantanal (Cuiabá)
Árbitro : Nestor Pitana (ARG)
Auxiliares : Hernan Maidana (ARG) e Juan Pablo Belatti (ARG)
Cartões amarelos : Son, Ki (Coreia do Sul); Shatov (Rússia)
Gols : Lee Ho, aos 22min do 2º tempo (Coreia do Sul) e Kerzakov, aos 28min do 2º tempo (Rússia)
Público : 37.603 pessoas
Rússia : Akinfeev; Berezutski, Eschenko, Ignashevich e Kombarov; Glushakov, Fayzulin, Shatov (Dzagoev), Samedov e Zhirkov (Kerzhakov); Kokorin
Técnico: Fabio Capello
Coreia do Sul : Jung; Lee Yong, Kim, Hong e Yun; Han, Ki, Koo e Lee ChungYong; Son (Kim Bo) e Park (Lee Ho)
Técnico: Hong Myung Bo
Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte
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