sábado, 21 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / GRUPO DE FASE 21-06-2014


Messi salva Argentina com golaço nos acréscimos em vitória magra sobre Irã

Depois de uma estreia sem brilho, era a chance da Argentina deslanchar na Copa do Mundo. A única dúvida dos torcedores que lotaram o Mineirão era de quanto seria a goleada. Só esqueceram de combinar com o Irã. O país asiático fez sua melhor partida em Mundiais e segurou o empate até os acréscimos do segundo tempo. Mas os argentinos têm Messi. Em mais uma jogada genial, o craque marcou um golaço e decretou a vitória magra por 1 a 0.

Resultado que mostra a dependência argentina do brilho de seu principal jogador, que até então nada havia criado. E que veio também graças ao goleiro Romero, que praticou dois milagres na etapa final e evitou um desastre. Classificada para as oitavas de final, a Argentina enfrenta a Nigéria, em Porto Alegre, na última rodada. Os asiáticos encaram a Bósnia, em Salvador.

As fases do jogo:

 Não poderia ser diferente. Foi uma partida de ataque contra defesa, com a Argentina buscando o gol de todas as maneiras e o Irã se segurando como pôde. No primeiro tempo, vantagem para a marcação asiática. Tabelas, chutes de fora da área, cruzamentos, cobranças de falta. Os sul-americanos tentaram de tudo, mas sem sucesso diante da retranca adversária.

O inacreditável aconteceu na segunda etapa. O Irã saiu para o jogo e criou as melhores oportunidades. Foram duas chances claras, que pararam em grandes defesas do goleiro Romero. Nervosa, a Argentina se atrapalhava no ataque e pouco levava perigo. Nos minutos finais, foi para o tudo ou nada em uma desordenada pressão, parando em sua falta de pontaria e no goleiro Haghighi. Tudo parecida perdido quando surgiu Messi para resolver o jogo com um golaço.

O melhor : Dejagah – O atacante iraniano criou mais oportunidades do que todo o ataque argentino somado. Deu muito trabalho à defesa adversária e só não saiu consagrado porque o goleiro Romero evitou seu gol com uma grande defesa.

O pior : Higuaín – Foi escalado como titular para dar maior poder de fogo à Argentina. O centroavante, porém, pouco participou do jogo. Quando a bola chegou, se atrapalhou com ela. Acabou substituído.

A chave do jogo : Genialidade de Messi - O resultado parecia perdido, tudo caminhava para o empate sem gols. Mas dar bobeira diante do camisa 10 argentino é mortal. No pouco espaço que teve, Messi arrancou pela direita e mandou uma bomba de fora da área, sem chances para Haghighi. Um golaço.

Toque dos técnicos : Sabella mudou o time da estreia e escalou uma Argentina mais ofensiva com três atacantes. Higuaín ganhou vaga entre os titulares, ao lado de Messi e Agüero. Tudo para enfrentar a retranca iraniana, que atuou com seus 11 atletas em seu campo de defesa. Em alguns momentos, o time asiático chegou a se postar com todos seus atletas dentro da  própria área.

Para lembrar:

Bandeira é derrubada. Para cobrar escanteio, Agüero chegou a retirar a bandeira colocada ao lado do campo. Após a cobrança, o árbitro Milorad Mazic recolocou o instrumento na posição correta.

Maradona consegue entrar. Barrado na estreia no Maracanã, o ídolo argentino desta vez conseguiu ingressar sem problemas no Mineirão para a segunda partida da seleção sul-americana.

Confusão na torcida. O clima esquentou entre brasileiros e argentinos no Mineirão. As provocações de lado a lado viraram bate-bocas e torcedores tiveram que ser separados pela segurança.

Ficha Técnica / Argentina 1 X 0 Irã

Data : 21/06/2014 - 13h (de Brasília) / Local : Mineirão (Belo Horizonte)

Árbitro : Milorad Mazic (SER)

Auxiliares : Milovan Ristic e Dalibor Durdevic (SER)

Cartões amarelos : Nekounam e Shojaei (Irã)

Gol : Messi, aos 46 min do 2º tempo

Argentina : Romero; Zabaleta, Fede Fernández, Garay e Rojo; Mascherano, Gago e Di María (Biglia); Messi, Agüero (Lavezzi) e Higuaín (Palacio). Técnico: Alejandro Sabella

Irã : Haghighi; Montezeri, Hosseini, Sadeghi e Pooladi; Shojaei (Heydari), Teymourian, Nekounam e Hajsafi (Haghighi); Dejagah (Jahanbakhsh) e Reza Ghoochannejhad. Técnico: Carlos Queiroz



Klose entra, iguala recorde de gols em 1 min e salva Alemanha contra Gana

Ronaldo era o recordista de gols em Copas do Mundo, isolado. Chegou até a pedir para que os brasileiros torcessem contra Klose, principal candidato a igualar/quebrar seu recorde. O alemão não entrou em campo na estreia da Alemanha, mesmo com goleada, jogo fácil. Ele não precisa disso, gosta de jogos difíceis. Foi o que mostrou exatamente um minuto depois de ser chamado para entrar no gramado do Castelão neste sábado, logo após os alemães levarem virada de Gana. Oportunista, o atacante de 36 anos esticou o pé e colocou para dentro o gol de empate. Recorde igualado, com 15 gols em Mundiais. Alemanha e Gana, assim, ficaram no 2 a 2 em Fortaleza. 

Além de Klose, dono do papel principal da partida, fica o primeiro tropeço daquele time que muitos pensaram que era o favorito absoluto da Copa, principalmente após a primeira rodada, com o show sobre Portugal. Gana soube como neutralizar o toque de bola alemão e se manteve viva na Copa, chegando a um ponto. A Alemanha vai a quatro e lidera o Grupo G, pelo menos até o duelo entre EUA e Portugal, no próximo domingo.

Fases do jogo :

É possível dividir o jogo em duas partes : a que Gana jogou de igual para igual com uma das seleções favoritas ao título, e a parte que mais será lembrada, a do recorde de Klose. Antes do atacante se tornar o 3° jogador a marcar em quatro Copas diferentes (Pelé e Seeler os outros), Gana mostrou que a velocidade alemã pode ser igualada - e, se for, é possível jogar para vencê-los. O primeiro tempo teve boas chances para ambos os times, mas no segundo que a emoção surgiu.

A etapa final viu Gotze abrir o placar com curioso gol de joelho. Ele recebeu cruzamento de Thomas Müller e errou a cabeçada, acertando o próprio joelho. Por sorte, a bola entrou. Pouco depois, Andre Ayew subiu por trás da zaga alemã e empatou. Gana se empolgou e, em mais um contra-ataque, Asamoah Gyan bateu forte para vencer Neuer. Fim dessa parte. Foi quando Klose foi chamado. Fez história. Salvou os alemães com um toque na bola. A parte história de um dos jogos mais emocionantes da Copa no Brasil.

O melhor : Klose - Fez história e provou que é matador. Claro, não criou muito mais do que o gol nos cerca de 20 minutos nos quais atuou, mas nem era necessário. No resto da partida, destaque para Ayew, atacante ganês, que criou boas chances e que, se seus companheiros não fossem tão "fominhas", poderia ter marcado mais. Sempre livre ou bem posicionado na área alemã, faltou a bola chegar para ele se consagrar.

O pior : Mustafi - O zagueiro alemão só foi convocado para a Copa porque Schmelzer se lesionou e teve que ser cortado. Ele entrou no intervalo da partida no lugar de Boateng e oito minutos depois foi nas costas dele que Ayew subiu para marcar o 1° gol de Gana. Vale lembrar que, quando Mustafi foi cortado antes de ser chamado novamente, Joachim Löw falou que o defensor estava abaixo dos companheiros nos treinos.

Chave do jogo : Diferentemente de Portugal, que levou de 4 a 0 da Alemanha na primeira rodada, Gana não se intimidou com toda a expectativa criada pela ótima geração alemã. Subiu a marcação, pressionando os alemães já no campo de defesa dos rivais, e abusou da velocidade em contra-ataques. Foi assim que saiu o segundo gol, dos pés de Asamoah Gyan: roubo de bola, contra-ataque nas costas da zaga.

Pelo lado alemão, apesar da derrota evitada, fica a dica para os rivais futuros: o futebol é bonito, mas pode ser controlado. Não é todo dia que funcionará perfeitamente.

Toque dos técnicos : Na estreia de Gana contra os EUA, James Appiah, o técnico dos africanos, apostou em deixar Boateng no banco. Não deu certo, e mesmo com ele em campo o time não melhorou muito na segunda etapa. Foi o suficiente para ele ganhar a vaga para a segunda rodada, mesmo assim. Agora, foi o inverso: foi só ele sair que o ataque ganês fluiu mais. Dois gols criados sem a participação de Boateng em campo.

Pelo lado alemão, o óbvio : Apertou? Chama o Klose. O atacante entrou, fez o seu um minuto depois e garantiu que a mudança de Joachim Löw fosse o toque decisivo da partida.

Para lembrar:

Klose igualou o recorde de Ronaldo e consagrou Gana como a freguês favorita dos recordistas. Em 2006, Ronaldo marcou seu 15° gol em Mundiais contra a mesma seleção africana, em triunfo nas oitavas de final por 3 a 0.

Os irmãos Boateng, filhos do mesmo pai, se enfrentaram pela segunda vez em Copas. Em 2010, na priemira fase, Jerome, o alemão, sia vencedor: 1 a 0. Desta vez, Kevin-Prince, o ganês, saiu mais feliz: empate. Eles voltaram a se falar recentemente, após briga antes do Mundial de 2010. Na ocasião, entada dura de Kevin-Prince no alemão Ballack, em jogo pelo Campeonato Inglês, desfalcou a seleção europeia na Copa.

Aos sete minutos do segundo tempo, um torcedor invadiu o campo e correu em direção ao ganês Muntari. A Fifa cortou a cena e não a mostrou nas imagens transmitidas para todo o mundo.

Asamoah Gyan pode ser mais lembrado por ter perdido o histórico pênalti que levou o jogo entre Uruguai e Gana, em 2010, para os pênaltis. Mas com o gol feito neste sábado chegou a terceira Copa seguida anotando pelo menos um gol.

O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci apitou seu 2° jogo nesta Copa. Em França 3 x 0 Honduras, ele  distribuiu cinco cartões (um vermelho). Neste sábado, apenas um amarelo. Arbitragem correta, sem nenhum lance negativo ou polêmico.

Ficha Técnica / Alemanha 2 X 2 Gana

Data : 21 de junho de 2014 / Horário : 16h00 (de Brasília)

Local : Castelão, em Fortaleza (CE)

Árbitro : Sandro Meira Ricci (BRA)

Assistentes : Emerson de Carvalho (BRA) e Marcelo Van Gasse (BRA)

Cartões amarelos : Andre Ayew, aos 46 min. do 2°t (GAN)

Gols : Gotze, aos 5 min., Klose, aos 25 min. do 2°t (ALE); Andre Ayew, aos 9 min., Asamoah Gyan, aos 17 min. do 2°t (GAN)

Alemanha : Neuer; Hummels, Howedes, Mertesacker e Boateng (Mustafi, no intervalo), Khedira (Schweinsteiger, aos 24 min. do 2°t), Lahm, Kroos e Özil; Gotze (Klose, aos 24 min. do 2°t) e Müller / Técnico: Joachim Löw

Gana : Dauda; Afful, Mensah, Boye e Kwadwo Asamoah; Muntari, Rabiu (Badu, aos 32 min. do 2°t), Atsu (Mubarak, aos 27 min. do 2°t) e Kevin-Prince Boateng (Jordan Ayew, aos 7 min. do 2°t); Andre Ayew e Asamoah Gyan / Técnico: James Appiah


Nigéria vence, elimina Bósnia e vira 1º africano a superar europeu na Copa

Em alguns momentos, parecia um duelo entre adultos e crianças. Abusando da força física, a Nigéria atropelou (às vezes literalmente) a Bósnia em Cuiabá, embora o placar magro de 1 a 0 não justifique o que se viu no jogo. Mesmo vencendo desde o primeiro tempo, os africanos criaram muitas oportunidades e poderiam ter saído como uma goleada de Cuiabá.

O resultado elimina a Bósnia em sua primeira participação em Mundiais, depois de duas derrotas.  Foi também a primeira vitória de uma seleção africana sobre uma europeia nessa Copa. Até agora, foram quatro duelos, com duas vitórias de europeus, uma de africanos e um empate. A Nigéria, com quatro pontos, jogará por um empate para ter a classificação contra a Argentina na semana que vem.

Fases do jogo: 

A Bósnia tentou dominar as ações no começo e obrigou o goleiro Eneyama a fazer boas defesas. Um impedimento mal marcado evitou que os europeus saíssem na frente. E eles foram ainda mais castigados logo depois, quando sofreram um gol num vacilo coletiva da defesa. Com vantagem no placar, a Nigéria adotou uma postura confortável, na qual se fechava na marcação e armava contra-ataques perigosos.

O segundo tempo continuou na mesma toada, com a Nigéria criando as melhores oportunidades e estando mais perto de aumentar o placar do que de sofrer o empate. Houve certa pressão bósnia no final da partida, e Dzeko teve duas chances de empatar nos acréscimos, mas parou nas mãos do goleiro Eneyama.

O melhor : Emenike. O camisa 9 foi o motor do time nigeriano. Atuando na ponta-direita do ataque, ele impôs velocidade e levou vantagem nos duelos físicos com seus marcadores, principalmente o capitão Spahic, que comeu poeira diversas vezes. Emenike fez a assistência para o gol e criou as melhores chances.

O pior : Dzeko. A estrela do Manchester City, o nome mais badalado em campo, não fez jus a sua fama. Errou finalizações (chutou a bola até de canela!) e não deu continuidade aos ataques de sua equipe ao falhar também na função de pivô.

Chave do jogo : a força física dos africanos. Os jogadores da Bósnia não são exatamente pequenos e fracos, mas no assunto jogo de corpo, eles perderam quase todas as disputas com os nigerianos. O gol que abriu placar nasceu após Emenike vencer dividida e deixar um bósnio no chão. Os europeus reclamaram de falta, que o juiz não marcou.

Toque dos técnicos : Depois de um jogo duro contra a Argentina, esperava-se que técnico bósnio Susic pudesse ter mais facilidade contra adversários piores, como os nigerianos. Mas não foi o que aconteceu. A única alternativa ofensiva eram os passes para Dzeko, mas ele não estava em uma noite inspirada. Perdendo, o treinador fez as três substituições antes dos 15min do segundo tempo, mas elas não surtiram efeito.

Para lembrar:

Primeira vez em Copas, primeiro adeus. A Bósnia festejou muito a classificação para o seu primeiro Mundial, mas não esperava que sua participação fosse tão decepcionante. Os eslavos voltam para casa após duas derrotas e apenas cumprirão tabela contra o Irã na próxima rodada. Enquanto isso, a Croácia, rival histórico, continua com boas chances de avançar.   

Bósnios reclamam do apito. O árbitro neozelandês deu um impedimento que não houve e evitou o que poderia ser um gol da Bósnia. Os europeus também reclamaram do lance do gol nigeriano, que teria se originado em uma falta não marcada.

Amigos e rivais. Odemwingie, autor do gol do jogo, chutou para superar o goleiro Begovic, seu colega de clube. Os dois atuam pelo Stoke City, da Inglaterra.

Eneyama herói. Com uma defesa incrível no último minuto ao defender chute de Dzeko, o goleiro Eneyama garantiu a vitória africana. Ele também fez defesas importantes ao longo da partida.

Ficha Técnica / Nigéria 1 X 0 Bósnia

Data : 21/06/2014 - 19h / Local : Arena Pantanal (Cuiabá)

Árbitro : Peter o Leary (NZL)

Auxiliares : Jan Hintz (NZL) e Mark Rule (NZL)

Cartões amarelos : Medunjanin (Bósnia); Mikel (Nigéria)

Gols : Odemwingie, aos 29min do 1º tempo

Nigéria : Enyeama; Ambrose, Odemwingie, Omeruo, Oshaniwa; Onazi, Mikel, Yobo, Musa (Ameobi) e Babatunde (Uzoenyi); Emenike / Técnico: Stephen Keshi

Bósnia : Begovic; Mujdza, Spahic, Sunjic e Medunjanin (Susic); Besic, Hajrovic (Ibsevic), Pjanic, Misimovic e Lulic (Salihovic); Dzeko / Técnico: Safet Susic

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte

sexta-feira, 20 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / GRUPO DE FASE 20-06-2014


Costa Rica surpreende, bate Itália e é 1ª classificada do 'grupo da morte'

Quando ocorreu o sorteio para a Copa de 2014, a Costa Rica era apontada como o 'saco de pancadas' de uma chave com três campeões mundiais. Duas rodadas depois e a seleção centro-americana é a única do 'grupo da morte' classificada com antecedência para as oitavas de final. Depois do Uruguai, foi a vez da Itália ser vítima da 'zebra' ao perder por 1 a 0 nesta sexta-feira, na Arena Pernambuco. Com direito a dribles insinuantes e gritos de 'olé' das arquibancadas.

Classificação histórica de uma equipe que não se intimidou diante gigantes do futebol mundial. Com ousadia e alegria, talvez inspiradas pelo período de treinamentos na Vila Belmiro de Pelé e Neymar. E que ainda contou com a ajuda da nova tecnologia da Fifa no gol em que a bola ultrapassou a linha por poucos centímetros. Com dois triunfos seguidos, a Costa Rica precisa de um empate na última rodada contra a eliminada Inglaterra para ser líder da chave. A Itália terá pela frente um confronto direto contra o Uruguai pela segunda vaga do grupo D.

As fases do jogo: 

A vitória sobre o Uruguai deu confiança à Costa Rica, que não se intimidou e jogou de igual para igual com a Itália no primeiro tempo. Posse de bola praticamente dividida entre as duas equipes em um jogo muito truncado. Balotelli teve a grande chance italiana aproveitando erro da linha de impedimento costarriquenha, mas finalizou errado ao tentar encobrir o goleiro. Sorte dos centro-americanos, que abriram o placar nos minutos finais em gol de cabeça de Ruiz. E só não foram para o intervalo com uma vantagem maior porque a arbitragem deixou de marcar pênalti em Campbell no lance anterior.

A Itália partiu para o tudo ou nada na etapa final. Colocou mais atacantes e se lançou à frente para tentar empatar na base da pressão. Mas esbarrou em uma sólida defesa da Costa Rica, sem criar praticamente nenhuma chance. O tempo foi passando e enervando os italianos, que passaram a errar mais. E ainda tiveram que aguentar os costarriquenhos trocando passes sob os gritos de 'olé' das arquibancadas.

O melhor : Junior Díaz – Foi o dono do lado esquerdo do campo. Não perdeu praticamente nenhum lance diante dos atacantes italianos e ainda fez o cruzamento para o gol de Ruíz.

O pior : Balotelli – Não correspondeu às altas expectativas. Perdeu gol feito no primeiro tempo ao tentar encobrir o goleiro, fez muitas faltas e ainda levou um cartão amarelo.

A chave do jogo : gol da tecnologia – equipamento da Fifa para verificar se a bola entrou ou não voltou a brilhar no lance capital do jogo. O gol duvidoso foi confirmado pela tecnologia e permitiu que o time centro-americano saísse de campo classificado.

Toque dos técnicos : Costa Rica marcou por pressão a saída de bola da Itália para sair em velocidade no contra-ataque. Sua última linha de defesa atuou em linha para forçar o impedimento do ataque adversário, mas em diversos momentos os atacantes italianos infiltraram em velocidade vindos de trás e saíram na cara do goleiro Navas.

Para lembrar

Elegância italiana. O calor de 30ºC na Arena Pernambuco não foi capaz de mudar o estilo do técnico Cesare Prandelli. O treinador se manteve o jogo inteiro com seu terno impecável, usando paletó e gravata.

Cadê a parada? Antes da partida, Prandelli pediu que a arbitragem realizasse uma pausa em cada tempo para que os atletas pudessem se hidratar. Foi sumariamente ignorado. Apesar do forte calor na Arena Pernambuco, a partida ocorreu sem qualquer interrupção.

Clima quente entre os atletas. A saída dos jogadores para o intervalo não foi nada amistosa. Italianos e costarriquenhos entraram nos túneis da Arena Pernambuco batendo boca e tiveram que ser separados por comissões técnicas e membros da Fifa.

Ficha Técnica / Itália 0 x 1 Costa Rica

Data : 20/06/2014 - 13h /  Local : Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE)

Árbitro : Enrique Osses (CHI)

Auxiliares : Carlos Astroza e Sergio Roman (CHI)

Cartões amarelos : Balotelli (Itália) e Cubero (Costa Rica)

Gol : Ruíz, aos 43 min do primeiro tempo

Itália : Buffon; Abate,Barzagli, Chiellini e Darmian; De Rossi, Pirlo, Thiago Motta (Cassano), Marchisio (Cerci) e Candreva (Insigne); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli

Costa Rica : Navas; Giancarlo González, Umaña, Duarte; Gamboa, Borges, Tejeda (Cubero), Bolaños, Bryan Ruíz (Brenes) e Junior Díaz; Joel Campbell (Ureña). Técnico: Jorge Luis Pinto



Saudades da retranca? Suíça é humilhada e leva cinco da França

Há casos em que usar um trocadilho se torna irresistível. Quando a Suíça, famosa produtora de chocolates, é goleada, a piada parece óbvia. E não houve como esse tipo de brincadeira não passar pela cabeça de quem assistiu ao duelo entre suíços e franceses em Salvador nesta sexta-feira. O que a França fez sobre os rivais da partida consagra não só o trocadilho, como também a capital baiana, a terra das goleadas na Copa do Mundo: 5 a 2 para os franceses, líderes do Grupo E.

E podia ter sido mais, já que Benzema ainda perdeu pênalti, além de ter protagonizado um curioso lance no final da partida - ele bateu para o gol um segundo após o apito final do jogo. A bola entrou, mas não valeu. Foi o terceiro jogo na Fonte Nova no Mundial, e o terceiro jogo com muitos gols - Holanda 5 x 1 Espanha e Alemanha 4 x 0 Portugal também ocorreram em Salvador. Bom para a França, que mostrou que a Suíça atual não é mais adepta do "ferrolho", a tática de jogar na retranca.

Talvez fosse melhor voltar ao passado. Giroud, Matuidi, Valbuena, Benzema e Sissoko aproveitaram e marcaram na goleada. Em caso de empate entre Equador e Honduras, os franceses avançam para as oitavas ainda nesta noite.

Fases do jogo: 

Só houve uma: quando a França queria atacar, chegava fácil. Quando preferia recuar, roubava a bola e... Atacava fácil novamente. Benzema, Giroud e cia. achavam espaço na defesa suíça da maneira mais tranquila vista até aqui na Copa. Novamente um trocadilho se torna inevitável: sim, a zaga suíça parecia aquele típico queijo do país europeu, cheio de buracos.

O momento mais dramático da partida para os franceses também foi no ataque. No primeiro tempo, Benzema perdeu um pênalti, defendido por Benaglio, e no rebote Cabayé perdeu um dos gols mais feitos da Copa, chutando na trave. Para sorte dele, Girou já tinha marcado de cabeça após escanteio, e Matuidi de perna esquerda, um  minuto depois, após roubo de bola de Benzema. Ainda na primeira etapa, Valbuena tocou na pequena área com o gol vazio. No tempo final, Benzema fez o seu, e Sissoko fechou o placar francês. Dzemaili diminui já no final.

O melhor : O coletivo francês - Como eleger o melhor jogador de um time que goleia por 5 a 2, com cinco marcadores diferentes, sem dar chances de ataque ao rival (o gol suíço foi de falta) e com meio e ataque funcionando perfeitamente juntos? Talvez Didier Deschamps, o técnico francês, tenha sido o melhor, por escalar seu time com encaixe perfeito aos suíços. Talvez tenha sido Benaglio. Sim, o goleiro suíço, que impediu uma goleada ainda maior. A torcida em Salvador, porém, deixa claro: o melhor, até aqui, é a cidade, que faz chover gols.

Os piores : Senderos e Djourou - O experiente zagueiro Senderos entrou logo aos 8 minutos de jogo, após Von Bergen, o melhor defensor da Suíça, se lesionar no rosto. Com ele ao lado de Djourou, o mais inseguro dos titulares, a França percebeu que o caminho seria fácil. E foi. Teve pênalti infantil, teve gol de contra-ataque, teve bola aérea com atacante sozinho e gol nas costas da zaga. Uma festa.

Toque dos técnicos : A França parece não sentir falta de Ribéry. Valbuena, Benzema e Giroud transformaram o ataque da seleção de uma maneira que, se fizer a França ir longe na Copa, darão razão a promessa de Ribéry de que esta seria sua última Copa do Mundo. Dizem que sentiriam falta da velocidade do 3° melhor jogador do mundo em 2013. Nada disso. Valbuena, Cabayé e cia. acharam espaço nas pontas para municiar Benzema e Giroud. Toque de Deschamps.

Chave do jogo : A contusão de Von Bergen logo aos 8 minutos de jogo prejudicou demais a Suíça. O time suíço, na atualidade, aposta mais no ataque que na defesa, fugindo de sua tática tradicional. Só que Shaqiri e Xhaka, os habilidosos meias, não tiveram como entrar no jogo enquanto a zaga não ganhava uma bola sequer do ataque francês. A saída de Von Bergen evidenciou isso, já que Senderos e Djourou não acertaram nada durante o jogo.

Para lembrar:

A Suíça passou a Copa de 2006 sem tomar gols e, assim, chegou às quartas de final. Aquela época é, definitivamente, passado. Em dois jogos no Brasil, já foram seis tentos sofridos.

Benzema acertou lindo chute no último segundo de hoje. Ou, na verdade, um segundo depois do apito final. O árbitro holandês Bjorn Kuipers apitou o término da partida com a bola indo na direção do francês. O assopro no apito foi dado enquanto Benzema se preparava para o chute. O que o árbitro não esperava é que a bola entrasse, no que seria um golaço. Não foi.

Em três jogos na Fonte Nova na Copa, foram marcados 17 gols. Média inacreditável de 5,66 gols por jogo. Imagina uma Copa inteira com essa média?

1 pênalti

Benzema perdeu pênalti na primeira etapa - o primeiro perdido pela França em toda a história das Copas

Ficha Técnica / SUÍÇA 2 X 5 FRANÇA

Data : 20 de junho de 2014 / Horário : 16h00 (de Brasília)

Local : Fonte Nova, em Salvador (BA)

Árbitro : Bjorn Kuipers (HOL)

Assistentes : Sander Van Roekel (HOL) e Erwin Zeinstra (HOL)

Cartões amarelos : Cabayé, aos 43 min. do 2°t (FRA)

Gols : Giroud, aos 16 min., Matuidi, aos 17 min., Valbuena, aos 39 min. do 1°t, Benzema, aos 21 min., Sissoko, aos 27 min. do 2°t (FRA); Dzemaili, aos 35 min., Xhaka, aos 40 min. do 2°t (SUI)

Suíça: Benaglio; Lichtsteiner; Von Bergen (Senderos, aos 8 min. do 1°t), Djourou e Ricardo Rodriguez; Inler, Behrami (Dzemaili, aos 2 min. do 2°t), Shaqiri e Xhaka; Seferovic (Drmic, aos 24 min. do 2°t) e Mehmedi / Técnico: Ottmar Hitzfeld

França : Lloris; Débuchy, Varane, Sakho (Koscielny, aos 20 min. do 2°t) e Evra; Matuidi, Sissoko, Valbuena (Griezmann, aos 35 min. do 2°t) e Cabye; Giroud (Pogba, aos 18 min. do 2°t) e Benzema / Técnico: Didier Deschamps


Com alma de mata-mata, Equador vence Honduras de virada e se mantém vivo

Era só a segunda rodada da fase de grupos, mas parecia semifinal. Derrotas na estreia fizeram Equador e Honduras se atirarem alucinadamente em um duelo franco de vida ou morte na Arena da Baixada, transformada em um caldeirão pela torcida sul-americana. Com mais qualidade técnica, o Equador se superou e venceu de virada (2 a 1) os rivais caribenhos, que mantêm chances remotíssimas de classificação.

A partida teve muitos elementos de um jogo decisivo. Empenho, raça, gols anulados, brigas, violência em campo e torcida apaixonada na arquibancada. O Equador comemorou muito a vitória, mas ainda tem vida dura na terceira rodada, quando enfrentará a França, sensação do grupo. Honduras, após duas derrotas, pegará a Suíça no fechamento da chave.

Fases do jogo: 

A intensa busca pelo gol marcou a partida desde o começo, e os times pareciam ignorar qualquer medo de perder.  Honduras explorava bastante os avanços de seus laterais, enquanto os equatorianos apostavam na troca de passe de seus meio-campistas. O efeito colateral de tanta ofensividade eram os espaço deixados pelas duas defesas, que só ficaram maiores graças à falta de talento das duas zagas.

Um erro individual de um equatoriano gerou o gol de Costly, aos 30min do primeiro tempo. Outro erro, dessa vez coletivo, da defesa hondurenha permitiu o empate de Enner Valencia três minutos depois. Esse duelo de ataques persistentes contra defesas vacilantes se arrastou até o fim da partida, pontuado por pontapés e caneladas de ambas as partes. O gol de virada do Equador no segundo tempo iniciou uma pressão hondurenha no fim, incapaz de reverter a derrota.

O melhor : Enner Valencia. O atacante equatoriano foi a grande dor de cabeça dos hondurenhos durante todo o jogo. Caindo principalmente pela esquerda do ataque, com muita velocidade e alguma habilidade, ele fez dois gols e já soma três no Mundial (só ele marcou pelo Equador até aqui).

O pior : Antonio Valencia. O meia do Manchester United, um dos nomes mais badalados do Equador, se escondeu atrás da marcação e esteve nulo durante todo o jogo.

Chave do jogo : os buracos na defesa. Em um jogo bastante equilibrado, com jeito de clássico, fizeram a diferença os erros individuais e coletivos da defesa de Honduras. O gol da virada, por exemplo, foi marcado por Enner Valencia, que subiu sozinho entre os altos defensores caribenhos.

Toque dos técnicos : Reinaldo Rueda, treinador do Equador, foi quem indicou o amigo Luiz Suárez para comandar a seleção hondurenha. Os dois são colombianos. E fizeram seus atletas jogarem de modo bastante ofensivo, talvez pela necessidade do resultado.

Para lembrar:

Muita raça e três gol anulados. Foi um dos delos mais brigados desta Copa. A aplicação dos jogadores superou inclusive suas deficiências técnicas. O afã de chegar às redes resultou também em três gols bem anulados pela arbitragem.

Um gol histórico. O gol de Costly foi o primeiro de Honduras em Copas desde 1982 (cinco jogos desde então). A seleção ficou a sete minutos de bater o recorde negativo de mais tempo sem marcar gol em Mundiais, que ainda pertence à Bolívia (518 minutos em branco).

Costly e o canudo. O craque de Honduras chamou atenção por trazer desde o começo do jogo um objeto azul-berrante na boca, aparentemente um canudinho que ele não cansava de mascar. Oportunista, Costly foi coroado com o gol que abriu o placar. Na comemoração, lá estava o estranho objeto azul brilhando em sua boca.

Clima de Libertadores. Fora de campo, a torcida equatoriana não parou de apoiar sua seleção, mesmo no frio que castiga Curitiba. Os hondurenhos, em menor número, também marcaram presença. Dentro de campo, os jogadores fizeram duelo pegado, com entradas duras e algumas violentas, bem parecido com os da competição de clubes sul-americana.

Ficha Técnica / Honduras 1 x 2 Equador

Data : 20/06/2014 - 19h / Local : Arena da Baixada (Curitiba)

Árbitro : Benjamim Williams (AUS)

Auxiliares : Hakan Anaz (AUS) e Matthew Cream (AUS)

Cartões amarelos : Bernardez, Bengtson (Honduras), Antonio Valencia, Enner Valencia, Montero (Equador)

Gols : Costly, aos 31min (Honduras), Enner Valencia , aos 34min do 1º tempo e aos 20min do 2º tempo (Equador)

Público : 39.224 pessoas

Honduras : Valladares; Figueroa, Bernardez, Izarrigue (Juan Garcia) e Bengston; Costly, Boniek (Chavez), Espinoza e Garrido; Claros e Beckeles / Técnico: Luis Suárez

Equador : Dominguez; Guagua, Erazo, Paredes e Noboa; Montero (Achilier), Ayovi, Caicedo (Mendez) e Antonio Valencia; Minda e Enner Valencia / Técnico: Reinaldo Rueda

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte

quinta-feira, 19 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / FASE DE GRUPOS 19-06-2014


Colômbia toma sufoco, mas bate Costa do Marfim sem perder o rebolado

Mais um adversário entrou na dança da Colômbia nesta Copa do Mundo. Se a estreia foi um baile sobre a Grécia, desta vez foi muito mais difícil. Mas valeu o ritmo dos sul-americanos, que venceram a Costa do Marfim por 2 a 1. Para alegria do 'mar amarelo' que invadiu Brasília e dominou o Mané Garrincha nesta quinta-feira.

A empolgação das arquibancadas parece contagiar a equipe colombiana, que caiu no rebolado para comemorar os dois gols. No primeiro, até os reservas entraram na dança. Empolgada, a seleção amarela sonha alto. E tem motivos para isso, já que chegou a sua segunda vitória e está praticamente classificada para as oitavas de final. A vaga pode ser sacramentada ainda nesta quinta, dependendo do resultado da partida entre Grécia e Japão.

As fases do jogo: 

O ímpeto colombiano apresentado na estreia não se repetiu nesta quinta. A seleção sul-americana deixou que a Costa do Marfim ficasse com a bola na maior parte do primeiro tempo e apostou em resolver o jogo no contra-ataque. Até teve a oportunidade de abrir o placar, mas Gutierrez perdeu uma chance inacreditável. Mas o que se viu na etapa inicial foi uma pressão da Costa do Marfim que esbarrou na retranca adversária.

Se o primeiro tempo foi truncado, a etapa final foi emocionante. James Rodríguez marcou de cabeça e seis minutos depois a Colômbia ampliou com Quintero. Mal deu tempo de comemorar e Gervinho marcou golaço em jogada individual, descontando para os marfinenses. Partida aberta até o fim, com chances dos dois lados. Mas valeu o esforço dos colombianos, que seguraram como puderam o resultado diante da pressão africana nos últimos minutos.

O melhor : James Rodríguez – O meia mais uma vez mostrou porque é considerado a nova revelação do futebol colombiano. Marcou de cabeça no momento em que o jogo estava difícil e ainda serviu Quintero no segundo gol.

O pior : Gutierrez – Verdade que a bola chegou poucas vezes em boas condições para o atacante, sumido na partida, finalizar. Porém, quando a chance apareceu, ele fez o mais difícil. Sozinho na pequena área, isolou a bola.

A chave do jogo : bobeada de Serey Die - volante fazia uma boa partida, mas falhou em um lance capital. Ao tentar sair com a bola, acabou desarmado e permitiu o contra-ataque que terminou com o gol de Quintero. Abalado com o erro, foi substituído em seguida.

Toque dos técnicos : Colômbia recuou sua linha de marcação para atrair a Costa do Marfim a seu campo e ter espaço no contra-ataque com os velozes James Rodríguez e Ibarbo. Marfinenses tiveram dificuldade para furar esta retranca e só conseguiram passar pela defesa adversária em jogadas individuais. Em uma delas, saiu o gol de Gervinho.

Para lembrar:

Emoção marfinense. Durante a execução do hino do país africano, o volante Serey Die foi às lágrimas e chorou copiosamente. Foi bastante aplaudido até pela torcida colombiana, que viu a cena no telão do estádio.

Segura o balão. A grande festa da torcida colombiana foi parar no meio do campo. Logo nos primeiros minutos de jogo, uma bexiga gigante em formato de bola acabou invadindo o gramado e teve que ser retirada pelos jogadores.

Cadê a torcida ? Longas filas nas lanchonetes e principalmente nos banheiros durante o intervalo fez com que as pessoas demorassem para voltar aos seus lugares. O resultado foram muitas cadeiras vazias no início do segundo tempo.

Ficha Técnica / Colômbia 2 X 1 Costa do Marfim

Data : 19/06/2014 - 13h / Local : Mané Garrincha (Brasília)

Árbitro : Howard Webb (ING)

Auxiliares : Michael Mullarkey e Darren Cann (ING)

Cartões amarelos : Zokora (Costa do Marfim)

Gols : James Rodríguez, aos 18 min, Quintero, aos 24 min, e Gervinho aos 27 min do 2º tempo

Colômbia : Ospina; Zuniga, Yepes, Zapata e Armero (Santiago Arias); Sánchez, Aguilar (Mejía), Cuadrado e James Rodriguez; Ibarbo (Quintero) e Gutierrez. Técnico : José Pekerman

Costa do Marfim : Barry; Aurier, Bamba, Zokora e Boka; Serey Die (Bolly), Tioté e Yaya Touré; Gervinho, Bony (Drogba) e Gradel (Kalou). Técnico : Sabri Lamouc


Suárez retorna e é herói uruguaio em triunfo emocionante sobre a Inglaterra

"Volveremos, volveremos, volveremos otra vez. Volveremos a ser campeones, como la primera vez" é uma das músicas cantadas pela torcida uruguaia para apoiar sua seleção. Se o Uruguai voltará a ser campeão no Brasil não é possível saber ainda, mas o Itaquerão, em São Paulo, viu outro retorno: o de Luis Suárez. O atacante, que 20 dias antes do Mundial teve que operar o joelho, não atuou na estreia. Voltou nesta quinta-feira e já mostrou por que é o craque do time. Vitória do Uruguai sobre a Inglaterra por 2 a 1, dois gols dele, o que deixa os sul-americanos vivos no Grupo D, enquanto a Inglaterra se complica.

Os ingleses podem ser eliminados já na próxima sexta-feira, em caso de empate entre Itália e Costa Rica, que duelam em Recife. E isso graças ao melhor jogador de seu campeonato local - Suárez, do Liverpool, pode ser o responsável por eliminar a seleção do país no qual joga. Herói uruguaio. Seu entrosamento com Cavani deu resultado mais uma vez, e o Uruguai segue com seu sonho de repetir a história que produziu em 1950.

Fases do jogo: 

Duas seleções que precisavam da vitória para ficar vivas no Grupo D. Uma seleção que usualmente atua melhor contra times grandes do que contra pequenos. Que gosta de ser a zebra. E foi isso que o Uruguai se propôs a fazer nesta quinta. E fez perfeitamente. Com drama, muito drama, como gostam os uruguaios.

No primeiro tempo, ótimo futebol dos Celestes. Suárez mostrando que é essencial e marcando, após cruzamento de Cavani. A Inglaterra simplesmente não conseguiu jogar. Na segunda etapa, o outro lado uruguaio: a raça. A Inglaterra partiu para cima, marcou com Rooney - seu primeiro gol em Copas - e continuou a pressão. O Uruguai gostou. Apostou no lançamento para a frente. Na correria de Suárez. Deu certo,. Vitória emocionante. Três pontos. O Uruguai pega a Itália pela vaga. OS gramados brasileiros já viram este time fazer história. E podem fazer de novo.

O melhor : Luis Suárez - O atacante passou por artroscopia no joelho e não se recuperou a tempo de jogar contra a Costa Rica, na estreia do Uruguai na Copa. Derrota. Ele voltou para salvar sua seleção e cumpriu seu papel. O ataque uruguaio funcionou – apesar das chances perdidas na cara de Joe Hart. Dois gols dele, duas jogadas com envolvimento de Cavani. Tudo que os uruguaios queriam.

O pior : Cahill - O zagueiro do Chelsea, assim como seu companheiro Jagielka, deixou Cavani e Suárez soltos. No primeiro gol, Suárez aparece nas costas da zaga, solto para cabecear. No segundo, ele ganha na velocidade de Cahill e fuzila Hart. Na rivalidade Liverpool e Chelsea, Suárez fez o lado vermelho vencer.

Toque dos técnicos : O primeiro tempo foi do Uruguai, e muito em razão das mudanças feitas por Oscar Tabarez para o jogo em relação a estreia. Forlán foi para o banco, assim como Stuani, e Lodeiro e Suárez entraram. A ligação entre meio e ataque do Uruguai passou a funcionar e os sul-americanos foram para o intervalo na frente. 

Coube a Roy Hodgson responder. Ele abandonou a formação com quatro atacantes - por mais que Rooney e Sterling fiquem mais recuados - e colocou Barkley e Lallana. As mudanças surgiram efeito. Os ingleses pararam de correr e souberam trabalhar a bola. Glen Johnson fez linda jogada pela direita até achar Rooney sozinho para a salvação inglesa. Só que a Inglaterra resolveu ficar na pressão, e levou o gol da derrota em contra-ataque.

Chave do jogo : Luis Suárez. O homem que joga na Inglaterra , que foi eleito o melhor jogador no país. O homem que é criticado por supostamente ser "cai-cai". Criticado, pelo jeito, jamais será novamente na terra da Rainha. Não após "destruir" a seleção europeia. Às vezes, a chave é a individualidade. A estrela de um jogador. Nada que possa ser criado, influenciado por outros. Suárez foi a chave. Sozinho.

Para lembrar:

O canto de "Timão, eô" era entoado pela torcida do Corinthians em seu estádio até segundos antes de Suárez acertar a cabeçada do primeiro gol uruguaio. Se o time paulista ainda não venceu em sua nova casa, pelo menos deu sorte para o Uruguai.

Álvaro Pereira recebeu pancada na cabeça aos 17 minutos do segundo tempo e caiu no gramado. Os médicos uruguaios que o atenderam apontaram para o banco pedindo sua substituição. Foi a deixa para que o jogador do São Paulo levantasse e veementemente se negasse a sair, gesticulando com os dedos para mostrar que ficaria em campo. E ficou.

A cantora Rihanna 'cornetou' o goleiro Muslera durante o jogo. Um minuto depois, ele fez uma linda defesa. Mais tarde, defesa espetacular em chute a queima-roupa de Rooney. Talvez a cantora não entenda tanto de futebol.

Luis Suárez comemorou seu primeiro gol de maneira especial: abraçando Walter Ferreira, fisioterapeuta da seleção uruguaia. Foi ele o responsável pelo tratamento no joelho do atacante, que voltou a jogar menos de um mês depois de passar por artroscopia.

Ficha Técnica / Uruguai 2 x 1 Inglaterra

Data : 19 de junho de 2014 / Horário : 16h00 (de Brasília)

Local : Itaquerão, em São Paulo (SP)

Árbitro : Carlos Velasco Carballo (ESP)

Assistentes : Juan Yuste (ESP) e Roberto Alonso Fernandez (ESP)

Cartões amarelos : Godín, aos 8 min. do 1°t (URU); Gerrard, aos 22 min. do 2°t (ING)

Gols : Luis Suárez, aos 38 min. do 1°t, e aos 39 min. do 2°t (URU); Rooney, aos 29 min. do 2°t (ING)

Uruguai : Muslera; Cáceres, Godín, Giménez e Álvaro Pereira; Arévalo Rios, Álvaro González, Lodeiro (Stuani, aos 21 min. do 2°t) e Cristian Rodríguez; Luis Suárez (Coates, aos 44 min. do 2°t) e Cavani
Técnico : Oscar Tabarez

Inglaterra : Hart, Glen Johnson, Jagielka, Cahill e Baines; Gerrard, Henderson (Lambert, aos 42 min. do 2°t) , Sterling (Barkley, aos 19 min. do 2°t) e Rooney; Welbeck (Lallana, aos 25 min. do 2°t) e Sturridge
Técnico : Roy Hodgson


Com show de gols perdidos, Japão empata com Grécia e classifica Colômbia

O Japão tentou um gol até o fim, mas não conseguiu se desvencilhar da forte marcação grega e decepcionou sua torcida que compareceu à Arena das Dunas. O empate sem gols entre Japão e Grécia em Natal, um jogo que foi burocrático no começo e esquentou um pouco no fim, mantém os dois times vivos na briga pela classificação em seu grupo, mas complica a situação de ambos.

O Japão criou várias oportunidades, principalmente no final, mas pecou na finalização. O resultado, por tabela, garante a classificação colombiana. A seleção líder da chave tem seis pontos e não pode mais ser ultrapassada por dois dos três rivais.   

Fases do jogo: 

Superior tecnicamente, o Japão foi o time que propôs o jogo desde o começo. Essa situação ficou ainda mais clara quando os gregos perderam seu capitão, expulso com dois cartões amarelos ainda no primeiro tempo. A eficiência defensiva europeia foi então posta à prova, e os dez gregos se desdobraram para marcar seus velozes adversários.

O desafogo grego eram as raras tentativas em contra-ataque, além de lançamentos na área para Gekas, que substituiu o artilheiro Mitroglou, machucado. No segundo tempo, ficou evidente a principal falha japonesa: a finalização. O time chegou várias vezes ao ataque, mas seus jogadores pareciam ter entrado em campo com as chuteiras invertidas.

O melhor : Kawashima. A Grécia atacou pouco, mas quando conseguiu chegar ao gol japonês encontrou a segurança de Kawashima, que fez pelo menos duas defesas difíceis na partida.  

O pior : Katsouranis. O capitão grego foi expulso após duas faltas desnecessárias que lhe renderam cartões amarelos. Sua saída prejudicou a estratégia de forte marcação adotada pelo time.

Chave do jogo : o preparo físico grego. Mesmo com um homem a menos desde o primeiro tempo, a Grécia conseguiu fôlego para manter a marcação até o fim. Os jogadores se desdobraram e mantiveram um empate com tons heroicos.

Toque dos técnicos : O italiano Alberto Zaccheroni hesitou em fazer seu time avançar sobre o adversário com inferioridade numérica. A entrada de Kagawa, camisa 10 japonês, melhorou a qualidade do passe no segundo tempo, mas não foi suficiente para chegar ao gol.

Para lembrar:

O artilheiro fora. Mitroglou, cujos gols foram importantes para classificar a Grécia ao Mundial, saiu machucado no primeiro tempo. Aparentemente, ele sofreu uma contusão nas costas. Era a única esperança ofensiva dos gregos na partida.

O gol que Pelé não fez. E nem Samaras. Na volta para o segundo tempo, o veterano viu o goleiro japonês adiantado e tentou encobri-lo com um chute do meio-campo, logo após a saída de bola. Passou longe, mas assustou Kawashima.

Altos x Baixos. A seleção japonesa é a segunda mais baixa da Copa. Os gregos são os terceiros mais altos. Por algum motivo estranho, o Japão tentou fazer gols com bolas alçadas na área, mas apenas esbarrou no paredão grego.

Ficha Técnica / Japão 0 x 0 Grécia

Data : 19/06/2014 - 19h / Local : Arena das Dunas (Natal)

Árbitro : Joel Aguilar (El Salvador)

Auxiliares : William Torres (El Salvador) e Juan Zumba (El Salvador)

Cartões amarelos : Hasebe (Japão), Katsouranis, Samaras (Grécia)

Cartão vermelho : Katsouranis (Grécia)

Japão : Kawashima; Uchida, Konno, Yoshida e Nagatomo; Yamaguchi, Hasebe (Endo), Honda, Okubo (Kagawa) e Okazaki; Osako
Técnico : Alberto Zaccheroni

Grécia : Karnezis; Torosidis, Holebas, Sokratis, Manolas e Maniatis; Katsouranis, Kone (Salpingidis), Samaras; Mitroglou (Gekas) e Fetfazidis (Karagounis)
Técnico : Fernando Santos

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte

quarta-feira, 18 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / FASE DE GRUPOS 18-06-2014


Holanda faz novo jogo de muitos gols, mas bate Austrália no sufoco

Quer ver muitos gols? Assista a um jogo da Holanda nesta Copa do Mundo. Após golear a Espanha na estreia, os atuais vice-campeões mundiais protagonizaram mais uma partida de bastante bola na rede. A expectativa de um novo show esbarrou em uma boa atuação da Austrália, mas os europeus mostraram força para buscar a virada por 3 a 2, nesta quarta-feira, no Beira-Rio.

Vitória que veio no sufoco. Os australianos chegaram a estar à frente no placar e desperdiçaram várias chances de ampliar. Valeu, porém, o poderio ofensivo da Holanda, que encurralou o adversário no segundo tempo e confirmou seu status de candidata ao título. A classificação para as oitavas de final está praticamente garantida e pode ser sacramentada ainda nesta quarta, dependendo do resultado de Espanha x Chile.

As fases do jogo

A goleada holandesa sobre os espanhóis não intimidou a Austrália, que encarou os atuais vice-campeões do mundo de igual para igual. Verdade que foi penalizada pela ousadia, saindo atrás no placar em um contra-ataque puxado por Robben. Mas 13s depois empatou com um golaço de Cahill. Ainda teve duas grandes chances de virar na etapa inicial, mas pecou na falta de pontaria.

Um pênalti logo no início do segundo tempo, convertido por Jedinák, deixou a impressão de que a 'zebra' daria as caras em Porto Alegre. Mas a Austrália sentiu o gosto de seu próprio veneno. Três minutos depois de marcar, sofreu o empate relâmpago com Van Persie. Gol que finalmente acordou os holandeses, que encurralaram o adversário na etapa final e chegaram à virada com Depay.

O melhor : Robben – O carequinha holandês parece incansável. Todas as jogadas ofensivas de sua seleção passaram pelos seus pés, sendo o motor da virada holandesa. Ainda deixou o seu gol.

O pior : Sneijder – Em um jogo de muitos gols, o meia foi quem destoou do sistema ofensivo da Holanda. Ficou preso na marcação, criou pouco e ainda passou a impressão de estar fora de forma.

A chave do jogo : troco relâmpago – O gol de Robben no início do 1º tempo deu a impressão de que uma nova goleada era questão de tempo. O empate da Austrália logo no lance seguinte esfriou o ímpeto europeu. Veneno provado pelos australianos na etapa final, quando sofreram o empate 3 minutos após virarem o jogo.

Toque dos técnicos : Ange Postecoglou surpreendeu ao colocar sua equipe para jogar no ataque. Sufocou a saída de bola holandesa, com marcação reforçada sobre Sneijder, e acuou o adversário. A solução de Van Gaal veio graças a uma lesão. Ao perder o zagueiro Martins Indi, mandou a campo o atacante Depay e mudou a história da partida.

Para lembrar:

Artilheiros suspensos. Autor dos dois gols da Austrália na Copa até agora, Tim Cahill levou o segundo cartão amarelo e está fora da partida contra a Espanha, na última rodada. Mesma situação de Van Persie, que será desfalque no duelo contra o Chile.

Choque e susto. Zagueiro holandês Martins Indi caiu de mau jeito após dividida de bola e ficou desacordado. Acabou substituído.

Finalmente teve hino. Após vexame em jogo entre França e Honduras, desta vez o sistema de som do Beira-Rio funcionou normalmente para a execução dos hinos de Holanda e Austrália.

Presença real. Rei Guilherme Alexandre e a rainha Máxima Zorriegueta compareceram ao Beira-Rio e se mostraram empolgados na torcida pela Holanda.

Ficha Técnica / Austrália 2 x 3 Holanda

Data : 18/06/2014 - 13h (de Brasília) / Local : Beira-Rio (Porto Alegre)

Árbitro : Redouane Achik (MAR)

Auxiliares : Abdelhak Etchiali (ALG) e Bakary Gassama (GAM)

Cartões amarelos : Tim Cahill (Austrália) e Van Persie (Holanda)

Gols : Robben, aos 19 min, e Tim Cahill aos 20 min do 1º tempo; Jedinák, aos 9 min, Van Persie aos 12 min, e Depay aos 23 min do 2º tempo

Austrália : Ryan; McGowan, Wilkinson, Spiranovic e Davidson; Jedinak, McKay, Oar (Taggart), Bresciano (Bozanic) e Leckie; Tim Cahill. Técnico: Ange Postecoglou

Holanda : Cillessen; Vlaar, De Vrij e Martins Indi (Depay); Janmaat, De Guzman (Wijnaldum), De Jong, Sneijder e Blind; Robben e Van Persie (Lens). Técnico: Louis Van Gaal



Vexame! Atual campeã, Espanha é humilhada pelo Chile e está fora da Copa

Campeã da Eurocopa de 2008 e de novo em 2012. Campeã do mundo em 2010. Para muitos, um dos melhores times da história do futebol, inovador e dono de estilo único, que pautaria o esporte por anos. Agora, também dona de uma das maiores vergonhas da história das Copas. Nesta quarta-feira, a Espanha caiu no Maracanã para o Chile, por 2 a 0, e foi eliminada na primeira fase da Copa do Mundo. Pior: foi a primeira a cair com apenas as duas primeiras rodadas tendo sido jogadas.

Chile e Holanda comemoram: em um grupo no qual a Espanha era favorita, farão jogo tranquilo na última rodada, já classificadas. A Espanha? A melancolia continua: terá que jogar contra a Austrália para evitar ser a lanterna do Grupo B. Não há outra palavra que defina melhor a situação a não ser "vexame". O rosto dos espanhóis quando ouviram o apito final também ilustra bem: de vergonha. Oficialmente, o fim da era espanhola. O mundo do futebol terá um novo dono em 25 dias.

Fases do jogo : 

O Chile entrou em campo com três pontos ; a Espanha, com zero. Mas a vontade de vencer era maior em quem poderia jogar mais atrás, em quem aceitaria um empate como bom resultado (se empatasse, o Chile jogaria por um empate contra a Holanda, já classificada). A Espanha simplesmente não sabia como jogar de outra maneira além do "tiki taka", abolido na partida que causou sua eliminação. O Chile, diferentemente, se manteve fiel ao seu estilo: pegada, velocidade, ofensividade.

Quando Sánchez achou Vargas na área para o primeiro gol, e quando Aránguiz marcou, de bico, após falha de Casillas em falta de Sánchez, o Chile não tinha por que atacar. Era só esperar. E não tinha como isso dar errado. Sampaoli, sempre agitado na beira do campo, nem precisou recuar o time. Tranquilo, viu a Espanha se perder tentando fazer o que nunca fez nos últimos seis anos: jogar de forma desesperada. Muitos dizem que a Espanha pouco chuta, e que quando precisassem isso faria falta. Fez. Muitos dizem que a Espanha pouco usa os cruzamentos. Tentaram - sem nenhuma qualidade. Acabaram eliminados.

O melhor : Alexis Sanchez - O atacante que, curiosamente, joga no time que mais usa o "tiki taka" no mundo além da seleção espanhola, o Barcelona, foi o principal responsável pelos gols que eliminaram os europeus. No primeiro tento, recebeu na área, viu que Vargas estava sozinho na frente de Casillas e rolou para o companheiro marcar; no 2°, cobrou boa falta e contou com falha de Casillas, que optou por socar a bola e a coloco nos pés de Aránguiz.

O pior : Diego Costa - Ele só fez dois jogos oficiais com a camisa da Espanha, após toda a polêmica se seria jogador do Brasil ou do time europeu. Não fez gol, não criou e ainda viu sua seleção ser eliminada da Copa após essas duas partidas. Assim como na partida contra a Holanda, foi substituído quando o time precisava de gols e por Fernando Torres, criticado por muitos por não ser tão artilheiro na atualidade como já foi antes.

Toque dos técnicos : A Espanha tirou Xavi, o principal expoente do "tiki taka", para mudar seu estilo de jogo. Jorge Sampaoli, técnico do Chile, percebeu que seu rival viria modificado e detectou como neutralizar isso: avançando a marcação e, quando a bola chegava à sua defesa, com até três jogadores cercando o adversário. Como a Espanha não tentava mais os toques em profusão, funcionou. Vicente Del Bosque, pelo jeito, não soube como treinar seus atletas para que funcionassem de outro jeito sem ser o que deu certo nos últimos seis anos.

Chave do jogo : A marcação chilena, que não deu espaços aos espanhóis. Cada roubo de bola do Chile criava desespero na defesa espanhola - alterada, com Martinez no lugar de Piqué -, que constantemente corria atrás da linha da bola para se recuperar, sempre vendo Sánchez ou os laterais Isla e Mena surgindo pelas pontas. O desespero espanhol abriu ainda mais o jogo, e o Chile só não fez mais por pecar nas finalizações. A Espanha também mostrou que não se preparou para o caso de jogar atrás no placar. Sem isso, não houve como se recuperar no jogo - nem o "abafa" foi bem feito.

Para lembrar:

A Espanha se torna a quarta seleção a ser eliminada na Copa seguinte a um título na primeira fase no atual sistema, com grupos de quatro times. Antes, só Brasil em 1966, França em 2002 e Itália em 2010 haviam protagonizado tal papelão.

Novamente a torcida do Chile deu show. Pintou o Maracanã de vermelho e gritou o tempo todo, como se fosse o time da casa. No hino, assim como na primeira rodada, em Cuiabá, cantou a capela junto com os jogadores após a música ser cortada. Com o placar positivo construído, os gritos de 'olé" surgiram, para ajudar o Chile a colocar a Espanha na roda.

Como a torcida brasileira era menor (ou, pelo menos, era abafada pela festa chilena), Diego Costa não sofreu tanto como na estreia em Salvador. Porém, ao ser substituído na segunda etapa, foi novamente vaiado. Com a eliminação precoce, haverá quem questione: ele fez a escolha certa?

Mas os brasileiros também fizeram festa : na metade do segundo tempo, começaram os gritos de "eliminado" para os espanhóis; logo depois, com Valdivia no banco, pediram a entrada do jogador do Palmeiras - que jogou os 10 minutos finais.

O Maracanã não dá sorte para a Espanha : em 1950, levou de 6 a 1 do Brasil no quadrangular final do Mundial; em 2013, levou de 3 a 0 do Brasil na decisão da Copa das Confederações. Agora, eliminada também no Rio de Janeiro.

Ficha Técnica /  Espanha 0 X 2 Chile

Data : 18 de junho de 2014 / Horário : 16h00 (de Brasília)

Local : Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

Árbitro : Mark Geiger (EUA)

Assistentes : Mark Sean Hurd (EUA) e Joe Fletcher (CAN)

Cartões amarelos : Vidal, aos 26 min. do 1°t, Mena, aos 15 min. do 2°T (CHI); Xabi Alonso, aos 40 min. do 1°t (ESP)

Gols : Vargas, aos 19 min., Aránguiz, aos 43 min. do 1°t (CHI)

Espanha : Casillas; Azpilicueta, Javi Martinez, Sergio Ramos e Alba; Xabi Alonso (Koke, no intervalo), Busquets, Iniesta e David Silva; Pedro (Cazorla, aos 30 min. do 2°t) e Diego Costa (Fernando Torres, aos 18 min. do 2°t)
Técnico : Vicente Del Bosque

Chile : Bravo; Isla, Medel, Jara e Mena; Fracisco Silva, Díaz, Aránguiz (Gutiérrez, aos 19 min. do 2°t) e Vidal (Carmona, aos 42 min. do 2°t); Vargas (Valdivia ,aos 38 min. do 2°t) e Alexis Sanchez
Técnico : Jorge Sampaoli


Croácia atropela Camarões, elimina africanos e ajuda Brasil

Com um homem a mais durante todo o primeiro tempo, a Croácia não teve dificuldade para atropelar Camarões por 4 a 0 na Arena Amazônia, em Manaus. Uma expulsão infantil no final do primeiro tempo deixou a seleção camaronesa em situação muito difícil na partida e facilitou o trabalho dos europeus. Eles ainda contaram com a boa atuação de Mario Mandzukic, autor de dois gols na partida. Agora, os croatas jogarão contra o México ainda com chances de classificação.

A goleada croata também beneficia o Brasil, que enfrentará um adversário sem grandes aspirações na próxima segunda-feira. Um simples empate contra Camarões classificará os donos da casa às oitavas de final.

Fases do jogo: 

A Croácia abriu o placar logo no começo, em seu primeiro ataque, e isso foi o suficiente para deter o ímpeto inicial dos camaroneses, que tinham começado mais presentes no campo de ataque. Com a vantagem no placar, os croatas recuaram a marcação e adotaram uma estratégia que foi capaz de neutralizar as tentativas africanas.

No final do primeiro tempo, o cartão vermelho a Alex Song, articulador de sua equipe no meio-campo, minimizou ainda mais as chances camaronesas. Mesmo quando conseguiam chegar ao ataque, os africanos falhavam nas finalizações. A ausência de Samuel Eto'o, que, machucado, viu a partida do banco, certamente teve influência no desempenho ruim. No final do segundo tempo, atletas camaroneses ainda trocaram agressões. Eliminação melancólica.   

O melhor : Mandzukic. O artilheiro croata, que estava suspenso e não jogou na estreia, voltou ao time e mostrou com seus dois gols por que é um das atletas mais importantes do país. Movimentou-se, brigou com os zagueiros e mostrou eficiência ao aproveitar a maioria das oportunidades que teve.

O pior : Song. O meio-campista do Barcelona deu um forte soco nas costas de Mandzukic em lance sem bola, sem nenhum motivo que justificasse. Ainda pior: na frente do árbitro, que não hesitou em expulsá-lo. Nem os camaroneses reclamaram do vermelho.  

Chave do jogo : A expulsão. Mesmo perdendo por 1 a 0, Camarões tentava chegar ao empate, embora tivesse muita dificuldade em fugir da marcação. Quando Song levou o vermelho no final do primeiro tempo, o jogo ficou todo favorável aos croatas.

Toque dos técnicos : Como teve de volta seu principal atacante, Niko Kovac armou um eficiente esquema ofensivo que tinha o centroavante na área incomodando os zagueiros africanos. Como ele atraía a marcação sobre si, sobrou mais espaço para os homens que vinham de atrás, como Perisic e Olic (autores dos primeiros gols).

Para lembrar:

Tá no sangue. A expulsão não foi o primeiro cartão vermelho da família Song em Copas. Nem o segundo. Tio de Alex, Rigobert Song já tinha sido expulso duas vezes em Copas: uma em 1994 e outra 1998. Rigobert agora trabalha na comissão técnica camaronesa e viu de perto o papelão do sobrinho.

Fogo amigo. Eliminados e goleados, alguns jogadores de Camarões chegaram a trocar agressões e palavras ríspidas em campo. No final da partida, houve uma tentativa de cabeçada, e outros atletas precisaram intervir para que a briga não ficasse mais violenta.

Umidade castiga técnico. À beira do gramado, o alemão Volker Finke, técnico de Camarões, já estava ensopado de suor antes dos 10min do primeiro tempo. O calor em Manaus não estava tão forte, mas a típica umidade amazônica castigou quem estava dentro e fora de campo.

Brasileiros em campo. Dois brasileiros naturalizados croatas, que normalmente são reservas, entraram em campo em Manaus. Sammir, natural de Itabuna na Bahia, começou como titular. Já o carioca Eduardo dos Santos entrou no segundo tempo e teve boa atuação.  

Ficha Técnica / Camarões 0 X 4 Croácia

Data : 18/06/2014 - 19h / Local : Arena da Amazônia (Manaus)

Árbitro : Pedro Proença (POR)

Auxiliares : Bertino Miranda (POR) e José Trigo (POR)

Cartões amarelos : Srna e Eduardo dos Santos (Croácia)

Cartões vermelhos : Song (Camarões)

Gols : Olic, aos 11min do 1º tempo, Perisic, aos 3min, Mandzukic aos 16min e aos 27min do 2º tempo

Camarões : Itandje, Mbia, Chedjou (Nounkeu), N'koulou e Assou-Ekotto; Matip, Song e Enoh; Moukandjo, Aboubakar (Webo) e Choupo-Moting
Técnico : Volker Finke

Croácia : Pletikosa, Srna, Corluka, Lovren e Pranjic; Modric, Rakitic, Perisic (Rebic), Sammir (Kovacic) e Olic (Eduardo dos Santos); Mandzukic
Técnico : Niko Kovac

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte