sábado, 28 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / OITAVAS DE FINAL


Júlio César brilha nos pênaltis e Brasil elimina Chile em jogo dramático

A seleção brasileira teve sua primeira prova de fogo nesta Copa do Mundo. E passou raspando. Dominada na maior parte do jogo, sofreu demais diante do antigo 'freguês' Chile e empatou por 1 a 1 no tempo normal. Nos pênaltis, porém, brilhou a estrela de Júlio César. O goleiro defendeu duas cobranças, salvou o Brasil de uma eliminação precoce e classificou os anfitriões para as quartas de final.

Contestado antes do Mundial por atuar na fraca liga dos Estados Unidos, o camisa 12 deixou o Mineirão como o grande herói do Brasil até aqui na Copa. Uma classificação no sufoco, dramática. Com a dificuldade que Felipão, desde o sorteio das chaves, já havia anunciado. Mas que põe o Brasil no caminho de um possível reencontro com seu passado: 64 anos depois, pode novamente enfrentar o Uruguai em uma Copa em casa. Para isso, basta que os antigos rivais eliminem a Colômbia neste sábado, às 17h. Chance de finalmente exorcizar o 'Fantasma de 1950'.

As fases do jogo : 

O Brasil finalmente conseguiu colocar em prática a tática utilizada na Copa das Confederações. Marcou forte a saída de bola do adversário, pressionou e abriu o placar no início do jogo. Após cobrança de escanteio, Jara empurrou contra as próprias redes em disputa com David Luiz (gol foi dado para o brasileiro). O Brasil era melhor no jogo, o segundo era questão de tempo. Mas uma inacreditável bobeada defensiva trouxe emoção à partida. Marcelo e Hulk se atrapalharam em cobrança de lateral e a bola sobrou dentro da área brasileira para Alexis Sanchez, que empatou.

O jogo ficou dramático e aberto, com chances de ambos os lados. Hulk marcou aos 9, mas a arbitragem entendeu que o atacante ajeitou no braço antes de chutar e anulou o lance. Júlio César fez milagre em chute de Aránguiz aos 19. Bravo respondeu com outro milagre cara a cara com Hulk aos 38. Bom desempenho dos goleiros que impediu que houvesse um vencedor no tempo normal.

O calor de um jogo às 13h cobrou seu preço na prorrogação. As duas equipes acusaram cansaço e os espaços surgiram. O Brasil cresceu e quase marcou com Hulk, mas novamente Bravo salvou. Os chilenos se encolheram e os minutos finais do tempo extra foram de pressão total dos donos da casa. Mas a grande chance foi do Chile: Pinilla recebeu na entrada da grande área e mandou uma bomba no travessão.

Nas penalidades, David Luiz abriu as cobranças convertendo para o Brasil. Júlio César defendeu o chute de Pinilla. Na sequência, porém, Willian chutou para fora. Alexis Sanchez também parou no goleiro brasileiro. Marcelo ampliou para os anfitriões. Aránguiz fez o primeiro gol chileno. Hulk chutou em cima do goleiro Bravo. Marcelo Díaz empatou o duelo. Neymar recolocou os donos da casa em vantagem. Na última cobrança, Jara mandou na trave e selou a classificação brasileira.

O melhor : Júlio César - Apontado como culpado pela eliminação brasileira na Copa de 2010, o goleiro chegou à redenção logo nas oitavas de final do Mundial de 2014. O camisa 12 se agigantou nas cobranças de pênalti ao defender duas cobranças. Com a bola rolando, fez uma grande defesa no segundo tempo e garantiu o empate. Uma tarde heroica.

O pior : Daniel Alves – Lateral direito mais uma vez teve uma atuação ruim. Apareceu pouco no ataque, voltou a ceder espaços na defesa e ainda levou um baile de Vidal pelo lado direito. Na outra lateral, Marcelo também não esteve em uma tarde inspirada.

A chave do jogo : Marcação agressiva do Chile - Sampaoli orientou sua equipe a adiantar a marcação na saída de bola adversária e os chilenos apertaram os brasileiros desde a grande área. Foi assim que saiu o gol de Alexis Sánchez e que a equipe dominou as ações durante praticamente todo o jogo.

Toque dos técnicos : Felipão promoveu mudanças na equipe titular, com a entrada de Fernandinho na vaga de Paulinho no meio-campo. A alteração não produziu grandes resultados. O meio-campo brasileiro continuou inoperante na armação, com muitas ligações diretas defesa-ataque.

Para lembrar :

Vaias à capela. Os chilenos bem que tentaram imitar os brasileiros e cantar o hino após o fim da melodia. A torcida dos anfitriões, porém, sufocou o cântico com vaias.

Falso alarme. Um aviso no Twitter da Polícia Federal gerou apreensão minutos antes da partida. Enquanto jogadores aqueciam, a conta da entidade na rede social publicou que havia uma ameaça de bomba no Mineirão, que poderia ser evacuado. Minutos depois, foi revelado que hackers invadiram o sistema.

Não foi dele, mas valeu. O gol marcado por David Luiz foi o primeiro do zagueiro com a camisa da seleção brasileira. Curiosamente, porém, quem empurrou por último para as redes foi o defensor chileno Jara, e não o camisa 4 do Brasil.

Provocação no intervalo. Na saída das duas equipes do gramado, Fred deu um tapa na nuca de Medel. Irritado, o chileno foi tirar satisfação e os dois atletas tiveram que ser contidos pelos companheiros.

Desfalque nas quartas. Luiz Gustavo levou o segundo cartão amarelo e está suspenso para a partida da próxima fase.

Ficha Técnica / BRASIL 1 (3) X (2) 1 CHILE

Data : 28/06/2014 - 13h

Local : Mineirão (Belo Horizonte)

Árbitro : Howard Webb (ING)

Auxiliares : Michael Mullarkey e Darren Cann (ING)

Cartões amarelos : Hulk, Luiz Gustavo, Jô e Daniel Alves (Brasil); Mena, Francisco Silva e Pinilla (Chile)

Gols : David Luiz, aos 17 min, e Alexis Sánchez aos 31 min do 1º tempo

Brasil : Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires) e Oscar (Willian); Hulk, Neymar e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari

Chile : Bravo; Medel (Rojas), Francisco Silva e Jara; Isla, Marcelo Díaz, Aránguiz, Vidal (Pinilla) e Mena; Vargas (Felipe Gutiérrez) e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli

Fonte : uol.com.br


Colômbia vence Uruguai com gol de placa e vai pegar o Brasil nas quartas

Uma matada no peito, um giro no corpo, um chute raro, uma pintura, um lance inesquecível entre todos os lances inesquecíveis do Maracanã. Um golaço de James Rodríguez, camisa 10 clássico, abriu o caminho para a vitória (2 a 0) que classificou a Colômbia para as quartas de final da Copa do Mundo. Ele ainda fez o segundo e se isolou na artilharia do torneio, com cinco tentos, mais do que Messi e Neymar (com quatro).

Foi o triunfo de um dos times com o melhor futebol do torneio até aqui sobre um Uruguai que chegara ao Maracanã claudicante, contando principalmente com o peso de sua camisa, e sem Luis Suárez, seu melhor jogador. Durante os 90 minutos falaram mais alto a aplicação tática e a qualidade dos colombianos, que fizeram um estádio quase totalmente amarelo explodir com a classificação inédita às quartas de um país que estava há 16 anos longe de Mundiais. Agora, a Colômbia se prepara para o encontro com o Brasil, que tem tudo para ser duríssimo para os donos da casa, na próxima sexta-feira, em Fortaleza.

Fases do jogo : 

A Colômbia manteve o padrão de jogo que lhe tinha dado 100% de aproveitamento na primeira fase. Com muito toque de bola e jogadores qualificados no meio-campo, como Cuadrado e Rodríguez, além do apoio da arquibancada, a seleção foi melhor desde os primeiros minutos. Mas não foi o jogo coletivo que fez a diferença no começo, e sim o brilho de seu camisa 10, que acertou um belo chute para abrir o placar. Só na desvantagem, o Uruguai despertou e saiu para o jogo, o que obviamente deixava espaço aos sempre perigosos contra-ataques colombianos.

O segundo tempo prometia um duelo mais equilibrado, mas outro gol precoce de Rodríguez deixou a situação quase impossível para os uruguaios. Não apenas pela desvantagem no placar, mas também porque a Colômbia mantinha sua estratégia sufocante de domínio pela posse de bola. Algumas mudanças de Tabarez em sua equipe fizeram o Uruguai ficar mais presente ao ataque. Mas do outro lado havia uma defesa eficiente e um goleiro seguro, Ospina, que garantiram a vitória tranquila.

Os melhores : James Rodríguez e David Ospina. Rodríguez já tinha sido eleito pela Fifa o melhor jogador da primeira fase. Sua habilidade e a qualidade de seu passe fazem dele um meia-esquerda clássico, daqueles em falta no futebol atual. Dominou o meio-campo colombiano e foi fundamental para a vitória. Já é um dos grandes jogadores desse Mundial (curiosidade: o jeito certo de dizer seu nome, segundo o próprio, é Rames). O goleiro Ospina também teve uma atuação inspirada e fez importantes defesas no final do partida.

O pior : Forlán. O melhor jogador da última Copa se despediu melancolicamente daquele que pode ter sido seu último Mundial. Ele foi escalado para substituir Suárez, mas não conseguiu aparecer para o jogo e acabou voltando ao banco antes dos 10min do segundo tempo. Só com ele fora, o Uruguai conseguiu permanecer mais tempo no ataque.

Chave do jogo : toque de bola e paciência da Colômbia. O time de José Pekerman dominou a posse de bola e teve calma para movimentar seus jogadores até abrir espaço na defesa uruguaia. No segundo gol, a equipe fez a bola rodar por todos os cantos do campo antes de parar nos pés de Rodriguez e ir às redes. Essa estratégia também ajudava defensivamente. Com a bola dominada, os colombianos impediam que os adversários criassem chances, mesmo quando atrás do placar.

Toque dos técnicos : Oscar Tabárez precisou mexer no time logo no começo do segundo tempo quando se viu perdendo e dominado pelo adversário. Mas ele tinha pouquíssimas opções no banco e fez o que pôde: encheu a equipe de centroavantes e orientou seus jogadores a meter bolas na área. Nada que pudesse transpor a defesa bem armada por Pekerman.

Para lembrar :

Um gol de placa. James Rodríguez recebeu um passe alto. Ele estava de costas, 22 metros distante do gol. Matou no peito, virou o corpo e, sem deixar a bola tocar o chão, emendou um belo chute de esquerda. Ela desenhou uma parábola no ar, encobriu Muslera e tocou no travessão antes de entrar. Talvez tenha sido o gol mais bonito da Copa até aqui.

Febre amarela. E a torcida colombiana dominou as arquibancadas do Maracanã, reeditando a "febre amarela" que vem tomando os estádios onde a seleção joga. Além do hino à capela, foi possível ouvir os gritos de "olé" para a Colômbia desde o começo da partida. Os brasileiros presentes também adotaram os colombianos.

Presença de Suárez. O atacante pode ter sido expulso da Copa, mas ele esteve de alguma forma presente nas arquibancadas. Torcedores uruguaios aparecerem em peso com máscaras do jogador, enquanto os colombianos usaram focinheira para lembrar seu histórico de mordidas.

Brasil pode começar a se preocupar. O próximo adversário da seleção mostrou um futebol muito competente e envolvente e já deve assustar a torcida brasileira para o duelo nas quartas. A comparação entre o que fizeram Brasil e Colômbia em seus jogos neste sábado dá muita vantagem aos colombianos.

A volta uruguaia ao Maracanã. O último jogo da Celeste no mítico estádio havia sido o Maracanazo. Uma grande expectativa tomava conta da torcida antes da volta da seleção ao palco de sua maior façanha no futebol. Mas eles acabaram tendo um sábado para esquecer. A eliminação talvez signifique o fim de um ciclo na seleção uruguaia.

Ficha Técnica / COLÔMBIA 2 X 0 URUGUAI

Data : 28/06/2014 - 17h

Local : Maracanã (Rio de Janeiro)

Árbitro : Bjorn Kuipers (HOL)

Auxiliares : Sander Van Roekel (HOL) e Erwin Zeinstra (HOL)

Cartões amarelos : Gimenez, Lugano (Uruguai); Armero (Colômbia)

Gols : James Rodríguez, aos 28min, do 1º tempo e aos 4min do 2º tempo

Público : 73.804 pessoas

Colômbia : Ospina; Zuniga, Zapata, Yepes e Armero; Carlos Sánchez, Aguilar, Cuadrado (Guarín) e James Rodríguez (Ramos); Teófilo Gutiérrez (Meria) e Jackson Martínez
Técnico: Jose Pekerman

Uruguai : Muslera; Cáceres, Giménez e Godín; Maxi Pereira, Arévalo Rios, González (Hernandez), Rodríguez (Ramos) e Álvaro Pereira (Ramirez); Forlán (Stuani) e Cavani
Técnico: Oscar Tabarez

Aguardem ...

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte

quinta-feira, 26 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / GRUPO DE FASE 26-06-2014


Cristiano Ronaldo marca, Portugal vence, mas morre abraçado com Gana

Portugal venceu Gana nesta quinta-feira, em Brasília, Cristiano Ronaldo desencantou, mas não fez o suficiente para classificar a sua seleção às oitavas de final da Copa do Mundo. O placar de 2 a 1 serviu apenas para que os europeus evitassem o vexame de entrarem para a história como donos da pior campanha portuguesa da história da competição. Os africanos, por sua vez, ficaram na lanterna da chave.

O time europeu até que fez um bom primeiro tempo, chegou a pressionar, todas as vezes com Cristiano Ronaldo, mas parou nas mãos de Dauda. Depois, caiu muito no rendimento físico e cedeu o empate. Nos 10 minutos finais, Portugal voltou a reagir, mas de maneira tardia. Os dois morrem abraçados e deixam Alemanha e Estados Unidos se classificarem como representantes do grupo G. 

As fases do jogo : 

Cristiano Ronaldo mostrou que estava afim de marcar o seu gol na Copa do Mundo. Em 20 minutos, já tinha tentado finalizações. Em uma delas, a bola parou na trave. Nas outras duas, nas mãos do goleiro Dauda, que comemorou a defesa como se fosse um gol. No fim, sobrou para Boye tentar afastar cruzamento vindo da esquerda e colocar contra a sua própria meta. 

No segundo tempo, o cenário foi exatamente o oposto. Gana cresceu, dominou o jogo fisicamente e passou a tomar todas as iniciativas da partida. Portugal limitava-se a jogadas de Cristiano Ronaldo, que já não mostrava mais o mesmo rendimento dos primeiros 45 minutos. Os africanos se aproveitaram dessa fragilidade e empataram o placar com Gyan. Quando os africanos dominavam o jogo, apareceu a estrela do melhor do mundo para aproveitar falha do goleiro e marcar o gol da vitória.

O melhor : Cristiano Ronaldo. O melhor do mundo não pode falar que encheu os olhos dos fãs com uma atuação de gala, mas foi o que mais buscou o jogo, incomodou a vida da defesa de Gana e ainda fez o gol da vitória de honra de Portugal.

O pior : Dauda. O goleiro vinha bem no jogo, fez defesas importantes e pouco pôde fazer no primeiro gol de Portugal. Mas diz o ditado que goleiro só pode ser elogiado após o apito final. Quando sua equipe tinha chance de virar e se classificar, falhou ao afastar a bola e deixou a bola nos pés de Ronaldo para o gol da derrota.

A chave do jogo : Cristiano-dependência. Portugal não tem um bom time, mas tem o melhor do mundo. Ficou bem claro que quando o camisa 7 consegue jogar, a seleção vai junto. Só ele conseguiu criar chances de perigo contra Gana. Varela, Éder e Nani pouco fizeram e deixaram tudo nas costas de Cristiano. Um jogador sozinho não ganha Copa do Mundo. 

O toque dos técnicos : James Kwesi Appiah, técnico de Gana, entrou em campo sem suas duas principais estrelas. Muntari, que já estava suspenso por dois cartões, e Boateng foram afastados pela federação local por problemas disciplinares. A aposta ficou por conta de Gyan. Em contrapartida, do outro lado, Paulo Bento deixou bem claro que a seleção de Portugal não tem nada que não seja Cristiano Ronaldo. 

Para lembrar :

Maldição do melhor do mundo. Cristiano Ronaldo é mais um que foi eleito melhor do mundo um ano antes da Copa e que não consegue destaque na competição. Já tinha sido assim com outros nomes, como Messi, em 2010, Ronaldinho, em 2006 e até com Figo, em 2002. Em 1998, Ronaldo foi bem até a final, mas o que aconteceu no dia do jogo já é uma história bem conhecida. 

Entrada pornográfica. Jordan Ayew carregava a bola e começou a ser puxado por Miguel. O português não desistiu de parar o lance com falta, segurou na bermuda do ganês e a transmissão da Fifa acabou flagrando a cueca com a parte íntima do africano praticamente à mostra.

Choro no banco. Beto saiu substituído com dores e foi direto para o banco de reservas, acompanhado por membros da comissão técnica. Lá, foi flagrado em prantos. Provavelmente, o sentimento era de mistura de dor física com a emocional de estar eliminado do Mundial. Fica o registro de os três goleiros portugueses terem entrado. 


Ficha Técnica / PORTUGAL 2 x 1 GANA

Data : 26/06/2014 - 13h (de Brasília) / Local : Mané Garrincha (Brasília)

Árbitro : Nawaf Shukralla (BHR)

Auxiliares : Yaser Tulefat e Ebrahim Saleh (BHR) 

Cartões amarelos : Afful, Harrison, Waris, J. Ayew (GAN) João Moutinho (POR)

Gols : Boye, contra, aos 31 minutos do 1º T, Gyan, aos 12 minutos do 2º T, Cristiano Ronaldo, aos 35 minutos do 2º T 

Portugal : Beto (Eduardo); João Pereira (Varela), Pepe, Bruno Alves, Ruben Amorim; William, Miguel, João Moutinho; Nani, Éder (Vieirinha) e Cristiano Ronaldo.
Técnico : Paulo Bento

Gana : Dauda; Afful, Mensah, Boye e Asamoah; Rabiu (Acquah), Badu, Atsu e Andre Ayew (Wakaso); Waris (J. Ayew) e Gyan.
Técnico : James Kwesi Appiah



Sem 'marmelada', mas bom para os dois: Alemanha bate EUA e ambos avançam

Muito se falou na possibilidade de 'marmelada' na partida entre Alemanha e Estados Unidos. Os técnicos Joachim Löw e Jurgen Klinsmann são amigos, o empate classificava as duas equipes. Mas, com a bola rolando, a realidade foi outra. Em um jogo pegado e de boas chances de lado a lado, os alemães venceram por 1 a 0, nesta quinta-feira, na Arena Pernambuco, e garantiram a liderança do grupo G.

Apesar da derrota, o resultado não foi ruim para os Estados Unidos. Com a vitória de Portugal sobre Gana por 2 a 1 no outro jogo da chave, foi suficiente para classificar os americanos, que devem pegar a Bélgica nas oitavas de final. A Alemanha encara na próxima fase o segundo colocado do grupo H. Argélia e Rússia aparecem como prováveis adversários.

As fases do jogo: 

Alemanha e Estados Unidos não quiseram saber de 'jogo de compadres' no primeiro tempo. Foi um duelo de muita intensidade e busca pelo gol, mas faltou eficiência aos atacantes. Os europeus ficaram mais com a bola, pressionaram durante toda a etapa inicial, mas esbarraram na forte marcação adversária. Recuados, os americanos apresentaram um contra-ataque bem estruturado e também levaram perigo ao gol de Neuer.

A entrada de Klose após o intervalo mudou o jeito da Alemanha jogar. Os toques curtos deram lugar aos cruzamentos para o atacante, mas foi outro artilheiro quem abriu o placar. Müller acertou belo chute após rebote de Howard e colocou os alemães em vantagem. Apesar do placar adverso, os norte-americanos seguiram recuados, à espera de um contra-ataque. E ele veio já nos acréscimos, quando Bradley ficou cara a cara com Neuer. O arremate, porém, foi travado no último momento por Lahm.

O melhor : Schweinsteiger – Alemanha é outra com seu principal jogador no meio-campo. O meia mostrou estar recuperado de lesão e deu maior qualidade à saída de bola dos europeus. Quase todos os lances ofensivos da equipe começaram em seus pés.

O pior : Davis – Meia americano tinha a tarefa de puxar o contra-ataque em velocidade. Porém, se atrapalhou com a bola na maior parte das vezes e pouco produziu. Acabou substituído no segundo tempo.

A chave do jogo : oportunismo de Müller – Atacante alemão mostrou mais uma vez ter faro de gol. Na única vez que teve espaço para finalizar sem a presença de um marcador, acertou belo chute da entrada da área e garantiu a vitória dos europeus.

Toque dos técnicos : Reserva nos dois primeiros jogos, Schweinsteiger foi escalado como titular pela primeira vez por Joachim Löw. Para enfrentar um adversário retrancado, o treinador alemão mudou o esquema tático apresentado até então e colocou mais um atacante de ofício. Podolski ganhou uma chance no lugar de Götze.

Para lembrar:  

Dilúvio atrapalha o público. A forte chuva que atingiu Recife nesta quinta alagou algumas das principais ruas da capital pernambucana. Com isso, os torcedores tiveram muita dificuldade de chegar ao estádio e a partida começou com muitos lugares vazios nas arquibancadas.

Cadê o cartão? Em ataque dos Estados Unidos, Jones foi derrubado fora do lance de bola. Levantou para pedir a falta na entrada da área alemã e teve uma surpresa: foi o árbitro quem 'cometeu a infração' em uma trombada involuntária.

Flamengo na Copa. A Alemanha finalmente estreou no Mundial seu controverso uniforme inspirado no clube carioca. O time europeu jogou com uma camisa rubro-negra com listras horizontais, além de calções pretos.

Invasão no fim. Nos últimos minutos, um torcedor com uma bandeira do Bayern de Munique entrou no gramado da Arena Pernambuco. Foi rapidamente retirado pela segurança.

Ficha Técnica / ESTADOS UNIDOS 0 x 1 ALEMANHA

Data : 26/06/2014 - 13h / Local : Arena Pernambuco (Recife)

Árbitro : Ravshan Irmatov (UZB)

Auxiliares : Abduxamidullo Rasulov (UZB) e Bakhadyr Kochkarov (KGZ)

Cartões amarelos : Gonzalez e Beckerman (Estados Unidos); Höwedes (Alemanha)

Gol : Müller, aos 9 min do 2º tempo

Estados Unidos : Howard; Johnson, Gonzalez, Besler e Beasley; Beckerman, Jones, Bradley, Zusi (Yeolin) e Davis (Bedoya); Dempsey. Técnico: Jurgen Klinsmann

Alemanha : Neuer; Boateng, Mertesacker, Hummels e Howedes; Schweinsteiger (Götze), Lahm, Kroos e Ozil (Schurrle); Müller e Podolski (Klose). Técnico: Joachim Löw


Argélia conta com falha do goleiro russo e arranca vaga inédita nas oitavas

A Argélia estreou em Mundiais em 1982, ganhando da então Alemanha Ocidental por 2 a 1, mas sem passar de fase porque a mesma Alemanha fez "jogo de compadres" com a Áustria, empatando jogo de maneira vergonhosa. Desde então, os argelinos nunca haviam conseguido avançar. A "maldição" acabou nesta quinta-feira: em Curitiba, jogando futebol ofensivo, como aquela seleção de 32 anos atrás, a Argélia está nas oitavas de final da Copa do Mundo. O empate por 1 a 1 com a Rússia foi o suficiente para a conquista da vaga no Grupo H, atrás da Bélgica.

A falha do goleiro Akinfeev em cruzamento deu a vaga aos africanos, quando a bola sobrou na cabeça de Slimani, o melhor jogador do time. Os argelinos podem não ter triunfado, mas jogaram como poucas vezes é visto em duelos entre africanos e europeus: pressionando, sem medo de uma equipe, supostamente, mais tradicional. O prêmio é enfrentar a Alemanha nas oitavas. Como em 1982, por que não acreditar que é possível vencer?

Fases do jogo: 

A Rússia precisava da vitória para avançar, e apostou em colocar Kerzhakov como titular pela primeira vez na Copa. A presença do atacante deu espaço para Kokorin, seu companheiro, que logo aos 10 minutos abriu o placar de cabeça. O problema russo foi que o time sentiu que só esse gol seria suficiente, recuando. A Argélia aproveitou.

Apesar do empate só ter saído com falha de Akinfeev e na segunda etapa, os argelinos pressionaram durante todo o tempo, acuando os rivais. Os meias e atacantes mostraram habilidade, fazendo os russos perderem a cabeça - não à toa, o gol saiu após falta dura na ponta esquerda. No final do jogo, por necessidade, a Rússia tentou avançar, mas mostrou por que foi incapaz de bater a Coreia ou de assustar a Bélgica: muito abafa, poucos chutes. Eliminação.

O melhor : Slimani - O atacante do Sporting, de Portugal, foi reserva na estreia argelina, na derrota para a Bélgica. Quando foi o melhor do time na vitória sobre a Coreia do Sul, por 4 a 2, provou que sua presença no banco havia sido um erro. De novo foi decisivo, agora contra a Rússia, e foi o principal jogador  na conquista da vaga - não só pelo gol, mas pela segurança mostrada no ataque e transmitida aos companheiros. Falando em segurança, válido lembrar do goleiro M'Bolhi. Espalhafatoso no estilo, seguro quando interessa.

O pior : Akinfeev - O goleiro russo novamente falhou feio, como já havia feito contra a Coreia do Sul, e prejudicou sua seleção. Não, a Rússia não apresentou em nenhum momento da Copa futebol que a fizesse merecedora de uma vaga nas oitavas, mas com o goleiro falhando assim, talvez não houvesse bom futebol que resolvesse.

Chave do jogo : A ofensividade argelina. Quando o técnico Valid Halihodzic trocou metade do time do 1° para o 2° jogo, mostrou que errou ao apostar na defesa contra a Bélgica. O ponto forte argelino é o ataque, com a velocidade e habilidade de Brahimi, Djabou e Feghouli, e o espírito matador de Slimani.

Quando todos esses jogadores foram colocados juntos em campo e livres para criar, deu certo. A Argélia, talvez daquela que menos se esperasse futebol bonito entre as africanas, mostrou o contrário: o ataque, é sim, a melhor defesa, quando feito com qualidade.

Toque dos técnicos : O medo de Fabio Capello em atacar custou caro à Rússia. Apesar de ter esbravejado durante a semana que não era "retranqueiro", não mostrou isso ao colocar o time da Rússia em campo. Diferentemente de Valid Halihodzic, técnico da Argélia, que sentiu que poderia jogar no ataque para conseguir o resultado que lhe dava a vaga. A aposta ofensiva deu certo. A defensiva, não.

Para lembrar:

É a primeira vez que mais de uma seleção africana passa às oitavas de final de uma Copa. Nigéria, no Grupo F, e Argélia, no Grupo H, fizeram história. Entre 1986 e 2010, sempre uma seleção africana esteve entre as 16 melhores - mas sempre sozinha, sem companheiras continentais. 

No lance do gol de Slimani para a Argélia, as câmeras de televisão flagraram o goleiro Akinfeev, da Rússia, sendo alvo de um laser verde. Não é possível afirmar que o laser atrapalhou o arqueiro, mas ele saiu muito mal no cruzamento, em sua segunda falha na Copa. Na estreia, deixou a bola entrar em chute da Coreia do Sul que estava em suas mãos.

A Bósnia pode ter sido eliminada na primeira fase, mas os bósnios ainda têm para quem torcer: Valid Halihodzic, o técnico argelino, nasceu no país europeu e levará o nome da Bósnia e Herzegovina para as oitavas de final.

Ficha Técnica / ARGÉLIA 1 X 1 RÚSSIA

Data : 26 de junho de 2014 / Horário : 17h00 (de Brasília)

Local : Arena da Baixada, em Curitiba (PR)

Árbitro : Cuneyt Cakir (TUR)

Assistentes : Bahattin Duran (TUR) e Tarik Ongun (TUR)

Cartões amarelos : Mesbah, aos 39 min. do 1°t, Ghilas, aos 41 min., Cadamuro - no banco -, aos 47 min. - do 2°t (ALG); Kombarov, aos 11 min., Kozlov, aos 13 min. do 2°t (RUS)

Gols : Kokorin, aos 6 min. do 1°t (RUS); Slimani, aos 14 min. do 2°t (ALG)

Argélia : M'Bolhi; Mandi, Belkalem, Halliche e Mesbah; Medjani, Bentaleb, Feghouli e Brahimi (Yebda, aos 26 min. do 2°t); Djabou (Ghilas, aos 31 min. do 2°t) e Slimani (Soudani, aos 46 min. do 2°t)
Técnico : Valid Halihodzic

Rússia : Akinfeev; Kozlov, Ignashevich, V. Berezutski e Kombarov; Samedov, Glushakov (Denisov, no intervalo), Fayzulin e Shatov (Dzagoev, aos 22 min. do 2°t); Kerzhakov (Kanunnikov, aos 36 min. do 2°t) e Kokorin
Técnico : Fabio Capello


Eficiente e pragmática, Bélgica vence e elimina Coreia, mas ouve vaias

A tão falada "boa geração belga", sensação das eliminatórias europeias, fez o básico, mostrou eficiência e pragmatismo, e conseguiu sua terceira vitória na Copa do Mundo. O triunfo por 1 a 0 sobre a Coreia eliminou os asiáticos do torneio, embora não tenha empolgado a torcida que compareceu ao Itaquerão. Quando o jogo estava 0 a 0, os torcedores vaiaram as duas equipes, que faziam um jogo chato.

Já classificados, os belgas atuaram com um time cheio de reservas, mas conseguiram superar o time mais fraco da chave, fazendo o mínimo. Marcaram muito bem, mesmo jogando com um a menos por todo o segundo tempo, graças a uma expulsão boba no primeiro tempo. Agora, vão pegar os Estados Unidos nas oitavas de final. Os coreanos voltam para casa sem nenhuma vitória.

Fases do jogo: 

Já classificada, a Bélgica poupou seus principais titulares, mas os reservas não conseguiram manter o mesmo nível de atuação. Eles também não fizeram muito esforço, já que um empate garantiria a primeira colocação do grupo. Os coreanos, que dependiam de uma vitória e de saldo de gols, protagonizaram os lances mais agudos do primeiro tempo, mas seus chutes foram defendidos pelo bom goleiro Courtois.

O segundo tempo foi bem diferente graças à expulsão do volante belga Defour por entrada violenta no final da primeira etapa. Com um a mais, os coreanos ensaiaram uma pequena pressão e chegaram até a colocar uma bola na trave. O treinador belga mexeu em sua equipe para tentar controlar o jogo. Um chute aparentemente sem muitas pretensões gerou um rebote que Vertonghen conseguiu completar para garantir a vitória para os europeus.

O melhor : Courtois. O goleiro mostrou segurança quando foi acionado e defendeu as poucas tentativas de chute a gol que os coreanos fizeram.

O pior : Mertens. O meio-campista belga teve as suas chances de marcar no primeiro tempo, mas entrou na partida com o pé torto e isolou duas bolas mesmo estando na frente do goleiro.  Muito mal, acabou substituído no segundo tempo.

Chave do jogo : a marcação belga. Os europeus conseguiram anular as principais ações dos coreanos e apostaram no contra-ataque para balançar as redes. Uma estratégia segura, que deu resultado, mesmo jogando com um jogador a menos por todo o segundo tempo.

Toque dos técnicos : O técnico belga mexeu no time no segundo tempo e conseguiu dar um pouco mais de ofensividade ao seu esquema.

Para lembrar :

Aquarela do Brasil. Nas arquibancadas, os torcedores belgas entoaram uma versão de "Aquarela do Brasil", comemorando a boa campanha que a seleção faz na Copa. A música é uma espécia de símbolo desse time, que também a cantou quando eles conseguiram a classificação ao Mundial. 

Dae Han Min Guk. A torcida coreana pode não ter sido a mais numerosa no Itaquerão, mas foi a mais barulhenta. Em vários momentos, eles entoaram o coro de "Dae Han Min Guk", que significa República da Coreia em coreano. O grito ficou famoso durante a boa campanha da seleção na Copa de 2002.

Falta de combatividade. Na saída do primeiro tempo, com um 0 a 0 chato no placar e poucas chances de gol, a torcida protestou no estádio. As duas equipes foram aos vestiários sob muitas vaias.

Fala muito. O juiz Benjamin Williams gosta de bater papo em campo. Depois de faltas duras, ele evitava dar cartão amarelo e preferia advertir verbalmente os atletas. Antes de cobranças de escanteio, ele também dava longas instruções e gesticulava bastante. Só não falou muito quando o volante Defour entrou com a sola da chuteira  na canela de um rival e recebeu cartão vermelho direto.

Ficha Técnica / COREIA DO SUL 0 X 1 BÉLGICA 

Data : 26/06/2014 - 17h / Local : Itaquerão (São Paulo)

Árbitro : Benjamin Williams (AUS)

Auxiliares : Matthew Cream (AUS) e Hakan Anaz  (AUS)

Cartões amarelos : Hong Ho (Coreia), Dembele

Cartão vermelho : Defour (Bélgica)

Gols : Vertonghen aos 32min do 2º tempo

Coreia do Sul : Kim Seung; Lee Yong, Hong Ho, Kim Young e Yun; Han (Lee Keun), Lee Chung, Ki e Koo; Son (Ji) e Kim Shin
Técnico : Hong Myung-bo

Bélgica : Courtois; Vanden Borre, Lombaerts, Van Buyten e Vertonghen; Defour, Dembélé e Fellaini; Mertens (Origi), Januzaj (Chadli) e Mirallas (Hazard)
Técnico : Marc Wilmots

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte

quarta-feira, 25 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 / GRUPO DE FASE 25-06-2014


Messi faz dois e salva Argentina em vitória no sufoco sobre a Nigéria

Lionel Messi parece disposto a mostrar que esta é sua Copa do Mundo. Sorte da Argentina, que mais uma vez sofreu diante de um adversário tecnicamente inferior e foi salva graças ao brilho de seu principal jogador. Com dois gols do craque, venceu a Nigéria por 3 a 2, nesta quarta-feira, no Beira-Rio, e fechou a primeira fase com 100% de aproveitamento.

Os argentinos garantiram a liderança do grupo F após três vitórias, mas o futebol nada empolgante e a 'Messidependência' levantam dúvidas se serão capazes de ir longe no Mundial. Os sul-americanos enfrentam nas oitavas de final o segundo da chave E. Suíça e Equador são os rivais mais prováveis. Apesar da derrota, a Nigéria também avança e deve pegar a França na próxima fase.

As fases do jogo :

 Foi um começo de partida alucinante, com dois gols nos primeiros três minutos. Aos 2, Messi colocou a Argentina em vantagem. Nem deu tempo de comemorar e, no lance seguinte, a Nigéria empatou com Musa. Passada a empolgação inicial, a partida entrou no script esperado: os sul-americanos ficaram com a bola e pressionaram de todas as formas. Se o goleiro Enyeama brilhou com duas grandes defesas, nada pôde fazer em cobrança de falta de Messi, que recolocou os argentinos em vantagem no último lance da etapa inicial.

Os torcedores que demoraram para voltar do intervalo perderam mais um início de tempo eletrizante. A defesa argentina voltou a falhar e Musa empatou aos 2. Dois minutos depois, escanteio para os sul-americanos e gol de cabeça de Rojo. À frente no placar, Sabella optou por poupar sua principal estrela já pensando no mata-mata. Sem Messi, a situação em campo se inverteu. Foi a Nigéria quem sufocou a Argentina, dando espaços para o contra-ataque. Boas chances de lado a lado, mas os goleiros trabalharam bem e mantiveram o placar.

O melhor : Messi – Assim como nos jogos anteriores, foi o único argentino a brilhar. Quase todas as jogadas perigosas de sua seleção saíram dos pés do camisa 10. Arrancadas, passes, dribles, boas cobranças de falta. Uma exibição em grande estilo. Ainda deixou mais dois gols, mostrando uma eficiência impressionante, e assumiu a artilharia do Mundial ao lado de Neymar.

O pior : Zabaleta – Argentino cedeu muitos espaços na defesa. As principais jogadas da Nigéria nasceram nas costas do lateral. Setor defensivo da Argentina mais uma vez deixou claro suas fragilidades. Messi terá que jogar muito no mata-mata para compensar as falhas de seus companheiros de zaga.

A chave do jogo : gols relâmpago – Tanto no primeiro tempo quanto na etapa final, os primeiros minutos de jogo foram de intensidade incomum e muita bola na rede. As 'respostas imediatas' após gol adversário mantiveram o placar apertado.

Toque dos técnicos : Sabella colocou Messi atuando mais centralizado, por onde gosta de atuar. Com maior liberdade, o astro apareceu mais para o jogo, rendeu bem e fez sua melhor partida neste Mundial.

Para lembrar :

Idolatria ao passado. Campeão mundial em 1986 e atualmente dirigente da federação argentina, Carlos Bilardo foi reverenciado e tietado pelos torcedores no Beira-Rio.

Matando a saudade. Técnico do Bayern de Munique, Guardiola foi presença ilustre no Beira-Rio e aproveitou para ver seus ex-comandados de Barcelona Messi e Mascherano em ação.

Torcida uniformizada. Para fazer frente à 'invasão argentina' em Porto Alegre, representantes da federação nigeriana distribuíram camisetas aos torcedores que chegavam ao Beira-Rio.

Ficha Técnica / NIGÉRIA 2 x 3 ARGENTINA

Data : 25/06/2014 - 13h (de Brasília) / Local : Beira-Rio (Porto Alegre)

Árbitro : Nicola Rizzoli (ITA)

Auxiliares : Renato Faverani e Andrea Stefani (ITA)

Cartões amarelos : Omeruo e Oshaniwa (Nigéria)

Gols : Messi, aos 2 min e aos 46 min, e Musa, aos 3 min do 1º tempo; Musa, aos 2 min, e Rojo aos 4 min do 2º tempo

Nigéria : Enyeama; Ambrose, Oshaniwa, Yobo e Omeruo; Obi Mikel, Onazi, Odemwingie (Uche Nwofor), Babatunde (Uchebo) e Musa; Emenike. Técnico: Stephen Keshi

Argentina : Romero; Zabaleta, Garay, Fede Fernández e Rojo;  Mascherano, Gago e Di María; Messi (Ricky Álvarez), Agüero (Lavezzi) e Higuaín (Biglia). Técnico: Alejandro Sabella



Irã deixa vaga escapar e é derrotado pela Bósnia "no estádio dos gols"

Apesar de precisar vencer para se classificar, o Irã não conseguiu superar a melhor técnica da já eliminada Bósnia e foi derrotado por 3 a 1 na Arena Fonte Nova, para também dar adeus ao Mundial do Brasil nesta quarta-feira. O time asiático ficou com a lanterna da chave, com o consolo de ao menos ter marcado um gol na primeira fase, enquanto os europeus se despedem com uma vitória. Pela primeira vez desde 1998, todos envolvidos em uma Copa marcaram ao menos uma vez.

O placar honrou a fama de estádio dos gols nesta Copa do Mundo. Agora, já são 21 gols feitos em Salvador em quatro partidas, com uma média superior a cinco por jogo. Com o resultado, os classificados para as oitavas de final pelo grupo F são a Argentina, como líder, e a Nigéria, como 2º colocado. 

As fases do jogo :

 Bósnia e Irã ficavam mais na intermediária, tentando armar jogadas de perigo, até que Dzeko mostrou por que foi apontado como um dos grandes atacantes da Copa. Ele fez um belíssimo gol aos 22 minutos do 1º tempo e fez os rivais saírem para o jogo. Depois de abrir o placar, os europeus só se defenderam até o fim dos 45 minutos iniciais.

Precisando da vitória, o Irã passou a atacar com todas as suas forças, mas mostrava deficiência na hora de finalizar. Para piorar, falhou até na defesa, até então seu ponto forte. Hosseini entregou a bola para os bósnios, e o gol de Pjanic praticamente decretou o fim do jogo. Perto dos 40, Reza chegou a dar esperança ao Irã de um milagre, mas Vrsajevic fez questão de enterrar qualquer chance com o terceiro gol. 

O melhor : Dzeko - O mais famoso jogador da Bósnia finalmente fez seu gol no Mundial e sempre trazia com ele ao menos dois marcadores. Também teve movimentação fundamental no segundo gol, de Pjanic. 

O pior : Hosseini - Errou na saída de bola de maneira infantil quando o Irã ainda tinha alguma esperança de virar o jogo e enterrou qualquer chance de sua equipe conseguir o feito da classificação. 

A chave do jogo : Qualidade técnica - A Bósnia mostrou que é superior na parte técnica. Apesar da vontade do Irã, marcando bastante e com muita entrega para o sistema defensivo, a habilidade dos bósnios, que tem alguns jogadores atuando em times médios da Europa, foi determinante para a partida. Dzeko e Pjanic são bons exemplos.

O toque dos técnicos : O português Carlos Queiroz seguiu apostando no forte sistema defensivo de sua equipe. Quando a Bósnia pegava a bola, todos iranianos tentavam ficar atrás da linha da bola. Do outro lado, já eliminada, a seleção europeia veio para tentar melhorar sua primeira participação em uma Copa do Mundo com um time misto.     

Para lembrar :

Casa vazia. A Fonte Nova se acostumou com ver jogos emocionantes nesta Copa do Mundo, sempre com muitos gols. Nesta quarta, no entanto, o estádio teve um dos piores públicos da competição. A Fifa vendia ingressos para o jogo inclusive com a bola rolando. 

Susto. Muhamed Besic e Toni Sunjic, ambos da Bósnia, se chocaram durante o jogo e deram um susto. Sunjic, inclusive, pareceu desacordado por um tempo. No fim, os dois ficaram bem. Veja as fotos. 

Jogo ruim, mas mantendo a fama da Fonte Nova. Depois de ver Alemanha 4 x 0 Portugal, Holanda 5 x 1 Espanha e França 5 x 2 Suíça, a Fonte Nova via um placar "normal" até o fim da partida. Mas a escrita da Fonte Nova se manteve e a Bósnia fez 3 a 1 em cima do Irã. Agora, são 21 gols em quatro jogos. 

Técnico nervoso. Depois de reclamar muito da arbitragem na derrota por 1 a 0 para a Argentina, o técnico do Irã, Carlos Queiroz, mostrou toda a sua insatisfação com a qualidade dos juízes nesta quarta-feira. Por mais de uma vez, saiu da área reservada para trabalhar e precisou ser contido pelo 4º árbitro. Era a sua despedida à frente dos iranianos. 

Ficha Técnica / BÓSNIA-HERZEGÓVINA 3 x 1 IRÃ

Data : 25/06/2014 - 13h (de Brasília) / Local : Fonte Nova (Salvador)

Árbitro : Carlos Velasco Carballo (ESP)

Auxiliares : Roberto Alonso Fernandez e Juan Yuste (ESP)

Cartão amarelo : Besic (BOS) Karim (IRA)

Gols : Dzeko (BOS), aos 22 minutos do 1º tempo, Pjanic (BOS), aos 14 minutos do 2º T, Reza (IRA), aos 36 do 2º T, e Vrsaevic (BOS), aos 38 min do 2º T

Bósnia : Begovic; Vrsajevic, Spahic, Sunjic, Kolasinac; Besic, Pjanic, Susic (Salihovic), Hadzic (Vrjanes); Ibisevic, Dzeko (Visca).
Técnico : Safet 'Pape' Susic

Irã : Haghighi; Montazeri, Sadeghi, Hosseini, Pouladi; Nekounam, Teymourian; Shojaei (Heydari), Dejagah (Karim), Hajisafi (Jahanbakhsh); Reza Goochannejad.
Técnico : Carlos Queiroz


Suíça supera trauma, vence Honduras e vai pegar a Argentina

Há exatamente quatro anos, no dia 25 de junho de 2010, a Suíça entrava em campo contra Honduras precisando de uma vitória simples para avançar às oitavas de final da Copa do Mundo. Mas empatou sem gols e foi eliminada na África do Sul. Na tarde desta quarta-feira, a história poderia se repetir em um cenário diferente, mas o final foi o oposto. A vitória por 3 a 0 sobre os caribenhos garantiu a Suíça no mata-mata, graças ao empate do Equador com a França.

Por um momento, a classificação esteve em risco porque, mesmo ganhando, a Suíça poderia ficar de fora caso o Equador vencesse a França. Mas Xherdan Shaqiri afastou os riscos. O astro do Bayern de Munique resolveu a partida e superou a dificuldade histórica que a seleção tem de fazer gols: marcou três e garantiu a classificação. Em segundo lugar do grupo, os europeus enfrentarão a Argentina, na próxima terça-feira, no Itaquerão.

Fases do jogo: 

A Suíça não precisou de muito tempo para furar a frágil defesa hondurenha. Um chute forte e com efeito de Shaqiri, indefensável ao goleiro, colocou o time na frente e conformou a postura das duas equipes a partir de então. Os suíços recuaram a marcação e deixaram seus adversários tocar a bola. Com duas linhas de marcação bem postadas, eles não tinham dificuldade de roubar a bola e sair para o ataque em bloco e com muita velocidade.

No segundo tempo, a estratégia suíça permaneceu a mesma, mas a diferença foi Honduras, que voltou mais ligada e começou a criar chances de gol. Quando os caribenhos estavam perto de diminuir, Shaqiri apareceu outra vez. Muito habilidoso, puxou contra-ataque, deixou um zagueiro na saudade e fez o terceiro para matar o jogo. Honduras não desistiu de um gol de honra, mas parou nas mãos do goleiro Benaglio.

O melhor : Shaqiri. Os três gols feitos pelo atacante do Bayern de Munique dispensam outros argumentos. Ele teve uma atuação iluminada, puxou com velocidade os contra-ataques da equipe e se destacou por sua qualidade ao finalizar.

O pior : Bernardez. O zagueirão hondurenho mostrou muita virilidade e pouca técnica. Não foi o responsável pela derrota, mas foi inseguro e permitiu ao ataque suíço agir como quis, principalmente no primeiro tempo.

Chave do jogo : o gol no início. O belo chute de Shaqiri que entrou na gaveta facilitou bastante o jogo para os suíços, que naturalmente já levavam vantagem por serem muito melhores que seus adversários. Vencendo por 1 a 0, os europeus recuaram a marcação e permitiram a Honduras ter a posse de bola. Em contra-ataques letais, aumentaram o placar naturalmente.  

Toque dos técnicos : Ottmar Hitzfeld apostou na qualidade de seu sistema de marcação e nos contra-ataques, e mostrou que eficiência é mais importante do que posse de bola. No segundo tempo, permitiu uma pequena pressão hondurenha, que logo morreu depois do terceiro gol.

Para lembrar:

Shaqiri contra Honduras. O principal jogador da Suíça fez sua estreia em Copas há quatro anos, justamente contra Honduras. Na ocasião, ele saiu triste com a eliminação. Agora, seus pés produziram, além do acesso às oitavas, o 51º hat-trick da história das Copas.

Blatter na torcida. O presidente da Fifa, que é suíço, foi visto nas tribunas da Arena Amazônia para acompanhar o jogo de sua seleção.

Adeus, Manaus. Foi a última partida deste Mundial no Amazonas, que já havia recebido outros três jogos. A capital tem sido bastante elogiada pela Fifa e pelos torcedores. Resta saber como o poder público vai utilizar o estádio a partir de agora, já que foram empenhados mais de R$ 600 milhões para construí-lo e os times locais não atraem muitos torcedores.

Fogo amigo. O zagueiro Figueroa exagerou na força e, depois de uma voadora, cravou as travas da chuteira no peito de outro jogador em campo. Só não levou cartão vermelho porque a vítima era Claros, seu companheiro de seleção. Felizmente, Claros sobreviveu.

Ficha Técnica / HONDURAS 0 X 3 SUÍÇA

Data : 25/06/2014 - 17h (de Brasília) / Local : Arena da Amazônia (Manaus)

Árbitro : Nestor Pitana (ARG)

Auxiliares : Hernan Maidana (ARG) e Juan Pablo Belatti (ARG)

Cartões amarelos : Jerry Palacios (Honduras)

Gols : Shaqiri aos 6min e aos 31min do 1º tempo e aos 25min do 2º tempo

Público : 40.322 pessoas

Honduras : Valladares; Beckeles, Bernardez, Figueroa e Juan Garcia; Boniek Garcia (Najar), Wilson Palacios, Claros e Espinoza (Chavez); Bengtson e Costly (Jerry Palacios)
Técnico : Luis Suarez

Suíça : Benaglio; Lichtsteiner, Djourou, Schaer e Rodriguez; Inler, Behrami; Mehmedi, Xhaka (Lang) e Shaqiri (Dzemaili); Drmic (Seferovic)
Técnico : Ottmar Hitzfeld


Em jogo fraco, 0 a 0 coloca França nas oitavas e elimina Equador

Dizem que Irã e Nigéria (0 a 0) foi um jogo chato. Assim como Japão contra Grécia, que também não teve gols. Mas ambos em nada deveram para França e Equador, que fizeram partida modorrenta no Maracanã nesta quarta-feira: outro 0 a 0. Com um fator que piora a situação: o Equador jogava por uma vaga nas oitavas, e nem assim conseguiu produzir algo de útil. Acabou eliminado. A França avança na liderança do Grupo e e encara a Nigéria nas oitavas de final.

Foi o pior jogo da França na Copa, após duas ótimas vitórias sobre Honduras (3 a 0) e Suíça (5 a 2). Com vários titulares poupados (Débuchy, Varane, Evra, Cabaye, Valbuena e Giroud), o time não mostrou a mesma força ofensiva anterior. O suficiente para garantir a viagem a Brasília, onde enfrentará a Nigéria no próximo sábado. Ao Equador, resta a viagem, curta, de volta para casa.

Fases do jogo: 

O Equador apostou todas suas fichas em contra-ataques. Com a Suíça derrotando Honduras no outro jogo da última rodada do Grupo E, restou ao time sul-americano derrotar a líder França. Mas só uma chance foi criada na tática escolhida pelos equatorianos: aos 8 minutos do segundo tempo, quando Noboa, sozinho, chutou torto. A França, por sua vez, jogou solta, sem responsabilidade - só seria eliminada em caso de goleada contra e com a Suíça também goleando na outra partida.

Como isso não ocorreu, o time jogou "com sono" a primeira etapa, e só cresceu no segundo, quando Antonio Valencia foi expulso, após acertar a sola da chuteira na perna de Digne - no lance, porém, foi o francês quem deu carrinho no equatoriano, dificultando que Valencia conseguisse desviar a perna. Mesmo assim o gol não saiu em nenhum dos lados. Melhor para a França - apesar de que seu poderio ofensivo pode passar a ser contestado.

O melhor : Dominguez - O goleiro equatoriano, inseguro nas rodadas iniciais, desta vez foi capaz de parar o ataque francês. Defesas de qualidade, apesar do jeito espalhafatoso, com destaque para a intervenção em chute a queima-roupa de Benzema, já no final do duelo.

O pior : Benzema - Candidato a artilheiro e a melhor jogador da primeira fase da Copa após dois jogos, Benzema sumiu na terceira rodada, mesmo sendo um dos poucos que não foram poupados pelo técnico Didier Deschamps. Além de chutes tortos, quando acertou foi parado por Dominguez. Sendo o melhor de um time cheio de novidades, deveria ter chamado mais a responsabilidade.

Chave do jogo : A falta de vontade da França, desde o início com o resultado que precisava, com a falta de qualidade do Equador. O resultado? Um jogo fraquíssimo tecnicamente. Nem lances individuais surgiram - pelo contrário, os lances mais feios da partida surgiram em chutes tortos de Pogba e Benzema.

Toque dos técnicos : Tudo bem, o time havia acabado de perder o craque por expulsão, mas quando Reinaldo Rueda trocou o volante Montero pelo também volante Ibarra ficou claro que o Equador não tentaria nada de novo para conseguir a milagrosa vitória e a vaga. Toque, portanto, negativo.

Para lembrar:

A França não perde em Copas para uma seleção sul-americana há sete jogos: 0 a 0 com o Uruguai (2010), 1 a 0 no Brasil (2006), 0 a 0 com o Uruguai (2002), 3 a 0 no Brasil e 1 a 0 no Paraguai (1998), e 1 a 1 com o Brasil(1986) - além do duelo desta quarta. A última derrota foi para a Argentina, em 1978: 2 a 1.

O Equador segue com a Copa de 2006 como a que foi mais longe: naquela ocasião o time avançou até as oitavas de final, quando perdeu para a Inglaterra. em 2002 e em 2014, o time caiu na fase de grupos.

A seleção equatoriana também é a única sul-americana a cair na primeira fase. Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Colômbia estarão nas oitavas.

Ficha Técnica / EQUADOR 0 X 0 FRANÇA

Data : 25 de junho de 2014 / Horário : 17h00 (de Brasília)

Local : Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

Árbitro : Noumandiez Doue (CMA)

Assistentes : Songuifolo Yeo (CMA) e Jean Claude Birumushahu (CMA)

Cartões amarelos : Erazo, aos 38 min. do 2°t (EQU)

Cartões vermelhos : Antonio Valencia, aos 3 min. do 2°t (EQU)

Equador : Dominguez; Paredes, Erazo, Guagua e Ayovi; Montero (Ibarra, aos 17 min. do 2°t), Noboa (Caicedo, aos 44 min. do 2°t), Minda e Antonio Valencia; Arroyo (Achilier, aos 36 min. do 2°t) e Enner Valencia
Técnico : Reinaldo Rueda

França : Lloris; Sagna, Sakho (Varane, aos 15 min. do 2°t), Koscielny e Digne; Matuidi (Giroud, aos 21 min. do 2°t), Schneiderlin, Pogba e Sissoko; Griezzman (Rémy, aos 34 min do 2°t) e Benzema
Técnico : Didier Deschamps

Por Marcelo Oliveira / VídeoPlay Esporte